**O Refúgio no Senhor: Uma História Baseada no Salmo 31**

Na antiga cidade de Jerusalém, sob o calor abrasador do sol do meio-dia, um homem chamado Eliabe caminhava pelas ruas de pedra com o coração pesado. Seus passos eram lentos, seus olhos fixos no chão, enquanto murmurava as palavras do Salmo que seu pai lhe ensinara na infância: *”Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça”* (Salmo 31:1).

Eliabe era um homem justo, conhecido por sua integridade entre os mercadores do vale do Tirope. Mas nos últimos dias, uma tempestade de adversidades se abatera sobre ele. Inimigos poderosos, invejosos de sua prosperidade, haviam tramado contra ele, espalhando mentiras que mancharam seu nome. Até mesmo alguns de seus amigos mais próximos haviam se afastado, temendo serem associados a sua suposta desgraça.

Uma noite, enquanto a lua banhava as muralhas da cidade com sua luz prateada, Eliabe subiu ao terraço de sua casa e prostrou-se diante do Senhor. Suas lágrimas molhavam as pedras sob seus joelhos enquanto ele clamava: *”Inclina os teus ouvidos para mim, apressa-te em livrar-me! Sê a minha rocha de refúgio, a minha fortaleza para me salvar”* (Salmo 31:2).

O vento soprava suavemente, como se o próprio céu respondesse ao seu lamento. Eliabe lembrou-se das histórias de Davi, o rei que, mesmo perseguido por Saul, encontrara abrigo nas cavernas escuras, mas sua verdadeira proteção viera do Senhor. *”Pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza; por amor do teu nome, guia-me e conduz-me”* (Salmo 31:3).

No dia seguinte, ao passar pelo mercado, Eliabe ouviu sussurros maldosos e viu olhares desconfiados. Um grupo de homens aproximou-se dele com acusações falsas, exigindo que ele devolvesse ouro que nunca tomara. Seu coração acelerou, mas então, como um raio de luz cortando as trevas, veio à sua mente a promessa: *”Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me redimiste, Senhor, Deus da verdade”* (Salmo 31:5).

Respirando fundo, ele ergueu os olhos aos céus e, em vez de revidar com ira, disse com calma: *”O Senhor julgará entre eu e vós.”* E, confiando na justiça divina, afastou-se em silêncio.

Os dias que se seguiram foram de provação. Sua esposa, Ana, preocupada, perguntou-lhe: *”Não temes o que eles podem fazer?”* Eliabe sorriu com brandura e respondeu: *”Eu confio no Senhor. Ele vê a minha aflição e conhece a angústia da minha alma”* (cf. Salmo 31:7).

E então, como o sol rompendo após a tempestade, a mão do Senhor agiu. Um dos conspiradores, atormentado pela culpa, confessou a trama publicamente perante os anciãos da cidade. A verdade veio à luz, e os inimigos de Eliabe foram humilhados. A alegria transbordou em seu coração, e ele correu para o Templo, onde, diante do altar, louvou a Deus com lágrimas de gratidão: *”Bendito seja o Senhor, pois mostrou o seu maravilhoso amor para comigo quando eu estava em uma cidade sitiada”* (cf. Salmo 31:21).

Daquele dia em diante, Eliabe tornou-se ainda mais conhecido não por sua riqueza, mas por sua fé inabalável. Ele ensinava a seus filhos e a todos que o ouviam: *”Amem o Senhor, todos os seus santos! O Senhor preserva os fiéis, mas retribui com abundância aos que praticam a soberba”* (Salmo 31:23).

E assim, a vida de Eliabe tornou-se um testemunho vivo das palavras do Salmo 31: *”Sejam fortes, e o seu coração se encoraje, todos vocês que esperam no Senhor.”*

**Fim.**