Bíblia em Contos

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Água da Rocha: Obediência e Providência no Deserto

No deserto de Zim, o povo de Israel acampava sob o sol escaldante, cercado por montanhas áridas e rochas que pareciam desafiar a esperança. A jornada havia sido longa e exaustiva. Desde que deixaram o Egito, o povo enfrentara fome, sede e cansaço, e agora, mais uma vez, a falta de água os afligia. As crianças choravam, os animais mugiam de sede, e os adultos murmuravam entre si, questionando por que Moisés e Arão os haviam tirado do Egito para morrerem no deserto.

Moisés, o líder escolhido por Deus, sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele caminhava até a tenda da congregação, onde o Senhor costumava falar com ele. Seu coração estava pesado, não apenas pela sede do povo, mas também pela constante murmuração e falta de fé que demonstravam. Arão, seu irmão e sumo sacerdote, o acompanhava em silêncio, compartilhando da mesma angústia.

Dentro da tenda, a presença de Deus se manifestou em uma nuvem gloriosa, e a voz do Senhor ecoou com autoridade: “Toma a vara, e reúne a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e ela dará a sua água; assim, lhes tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e aos seus animais.”

Moisés e Arão saíram da tenda com a vara de Deus em mãos. A multidão os aguardava, olhares ansiosos e desconfiados fixados neles. Moisés sentiu um misto de compaixão e frustração ao ver o povo. Ele sabia que Deus era fiel, mas a incredulidade deles o entristecia profundamente.

Diante da rocha, Moisés ergueu a voz: “Ouvi agora, rebeldes! Porventura, tiraremos água desta rocha para vós?” Em um momento de fraqueza, em vez de falar à rocha como Deus ordenara, Moisés levantou a vara e golpeou a rocha duas vezes. Imediatamente, a água jorrou em abundância, fluindo como um rio no deserto. O povo correu para beber, saciando sua sede e a dos animais. A alegria e o alívio tomaram conta do acampamento.

No entanto, o Senhor não ficou satisfeito com a atitude de Moisés e Arão. Ele os chamou e disse: “Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei.”

Moisés sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele havia falhado em honrar a Deus diante do povo. Em vez de demonstrar a santidade e o poder do Senhor, ele agira com ira e desobediência. A consequência foi grave: ele e Arão não entrariam na Terra Prometida. Apesar de toda a sua dedicação e liderança, Moisés compreendeu que a santidade de Deus exigia obediência completa.

O povo, alheio ao que acontecera entre Moisés e o Senhor, continuou a beber da água que fluía da rocha. Aquele milagre era mais uma prova do cuidado de Deus, mesmo diante da incredulidade humana. Mas para Moisés, aquele dia ficou marcado como um lembrete solene de que até os maiores líderes estão sujeitos à disciplina divina quando falham em confiar plenamente no Senhor.

E assim, o povo de Israel seguiu sua jornada, guiado por um líder que, apesar de suas falhas, continuava a confiar no Deus que nunca falha. A rocha que jorrou água tornou-se um símbolo da provisão divina, mas também um testemunho da importância de obedecer à voz do Senhor em cada detalhe.

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