No cenário tranquilo de uma noite em Jerusalém, Jesus e seus discípulos estavam reunidos em um lugar íntimo, após a celebração da Páscoa. O ar estava carregado de uma mistura de emoções: alegria pela comunhão, mas também uma tensão silenciosa, pois os discípulos sentiam que algo profundo estava prestes a acontecer. Jesus, conhecendo os corações daqueles homens que haviam caminhado com Ele por tanto tempo, decidiu confortá-los com palavras que ecoariam por toda a eternidade.
“O vosso coração não se turbe; credes em Deus, crede também em mim”, começou Jesus, Sua voz suave, mas cheia de autoridade, ecoando na sala. Seus olhos percorriam cada rosto, como se quisesse gravar cada detalhe daqueles que amava. “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.”
Tomé, sempre o mais inquisitivo, inclinou-se para frente, suas sobrancelhas franzidas em confusão. “Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?”
Jesus olhou para ele com um sorriso terno, como um pai que ensina um filho. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Suas palavras eram simples, mas carregadas de um significado profundo. Ele não era apenas um guia; Ele era o próprio caminho. Não era apenas um mestre da verdade; Ele era a verdade encarnada. Não era apenas um doador de vida; Ele era a própria vida.
Filipe, talvez ainda tentando compreender a magnitude das palavras de Jesus, interveio: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.”
Jesus respondeu com uma mistura de tristeza e amor. “Filipe, há tanto tempo estou convosco, e ainda não me conheces? Quem me vê a mim, vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Sua voz era suave, mas havia uma urgência em suas palavras. Ele queria que eles entendessem que Ele e o Pai eram um. “Não credes que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.”
Ele continuou, prometendo que aqueles que cressem nEle fariam obras ainda maiores, porque Ele estava indo para o Pai. E então, com uma promessa que traria conforto a todos os corações ansiosos, Ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.”
Judas, não o Iscariotes, perguntou: “Senhor, por que te manifestarás a nós, e não ao mundo?”
Jesus respondeu com paciência: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.” Ele estava falando de uma intimidade divina, uma comunhão que transcenderia a compreensão humana. “Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou.”
Enquanto a noite avançava, Jesus continuou a ensinar, preparando-os para o que estava por vir. Ele prometeu que o Espírito Santo os ensinaria todas as coisas e lhes faria lembrar de tudo o que Ele havia dito. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.”
Ele falou de Sua partida, mas também de Seu retorno. “Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; pois meu Pai é maior do que eu.” Ele queria que eles entendessem que Sua partida era necessária, mas que Ele não os deixaria órfãos. Ele voltaria, e até lá, o Espírito Santo estaria com eles.
Finalmente, Jesus concluiu com palavras que ecoariam em seus corações para sempre: “Levantai-vos, vamo-nos daqui.” Ele estava pronto para enfrentar o que estava por vir, mas antes, Ele queria que seus discípulos soubessem que, independentemente do que acontecesse, Ele estaria com eles. Ele era o caminho, a verdade e a vida, e nEle, eles encontrariam paz, mesmo em meio à tempestade.
E assim, naquela noite sagrada, Jesus deixou um legado de amor, verdade e esperança, palavras que continuariam a guiar e confortar Seus seguidores por todas as gerações.