Bíblia em Contos

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Humildade e Perdão no Reino dos Céus

Era uma vez, em uma pequena aldeia nos arredores da Galileia, onde Jesus e seus discípulos costumavam passar para ensinar e descansar. Naquele dia, enquanto o sol começava a declinar, pintando o céu com tons de laranja e roxo, os discípulos se reuniram ao redor de Jesus, sentados em uma colina suave, com o vento soprando levemente sobre o capim. Eles tinham uma pergunta que os inquietava: “Quem, afinal, é o maior no Reino dos Céus?”

Jesus, com um olhar sereno e profundo, chamou uma criança que brincava nas proximidades. A criança, com os cabelos desgrenhados e os pés descalços, correu até Ele, confiante e curiosa. Jesus a colocou no meio deles e, com uma voz suave mas cheia de autoridade, disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.”

Os discípulos olharam uns para os outros, tentando compreender a profundidade daquelas palavras. Jesus continuou, explicando que receber uma criança em Seu nome era o mesmo que recebê-Lo. Ele alertou sobre o perigo de causar tropeço a um desses pequeninos que creem nEle, dizendo que seria melhor que uma pedra de moinho fosse amarrada ao pescoço do ofensor e ele fosse lançado ao mar.

Enquanto o céu escurecia e as primeiras estrelas começavam a brilhar, Jesus falou sobre a importância de cuidar dos pequeninos e de como o Pai celestial não deseja que nenhum deles se perca. Ele contou uma parábola sobre um pastor que tinha cem ovelhas, mas uma delas se perdeu. O pastor deixou as noventa e nove no monte e foi em busca daquela única ovelha perdida. Quando a encontrou, ele a colocou sobre os ombros e voltou para casa, cheio de alegria, chamando os amigos e vizinhos para celebrar. “Assim”, disse Jesus, “há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.”

Então, Jesus começou a ensinar sobre como lidar com o pecado dentro da comunidade de fé. Ele disse: “Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva contigo uma ou duas pessoas, para que toda a palavra seja confirmada pela boca de duas ou três testemunhas. E, se ele recusar ouvir a eles, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.”

Pedro, sempre impulsivo, perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Jesus olhou para ele com um sorriso terno e respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

Para ilustrar a importância do perdão, Jesus contou outra parábola. Ele falou sobre um rei que decidiu acertar as contas com seus servos. Um deles, que devia uma quantia enorme, foi trazido à sua presença. Como o servo não tinha como pagar, o rei ordenou que ele, sua esposa, seus filhos e tudo o que possuía fossem vendidos para quitar a dívida. O servo, desesperado, caiu de joelhos e implorou: “Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo.” O rei, movido de compaixão, perdoou-lhe a dívida.

No entanto, ao sair dali, aquele mesmo servo encontrou um conservo que lhe devia uma pequena quantia. Ele o agarrou pelo pescoço e exigiu o pagamento. O conservo, assim como ele havia feito antes, caiu de joelhos e implorou: “Tem paciência comigo, e eu te pagarei.” Mas o servo não quis ouvir e mandou que o conservo fosse lançado na prisão até que a dívida fosse quitada.

Quando os outros servos viram o que havia acontecido, ficaram profundamente tristes e foram contar ao rei. O rei, indignado, chamou o servo e disse: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu conservo, como eu também tive misericórdia de ti?” E, em sua ira, o rei entregou o servo aos verdugos, até que pagasse tudo o que devia.

Jesus concluiu, olhando para cada um dos discípulos: “Assim também vosso Pai celestial vos fará, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.”

Enquanto a noite caía sobre a aldeia, os discípulos ficaram em silêncio, refletindo sobre as palavras de Jesus. Eles entenderam que o Reino dos Céus não era sobre grandeza ou poder, mas sobre humildade, perdão e amor uns pelos outros. E, naquele momento, sob o céu estrelado, sentiram-se mais próximos do coração de Deus.

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