No livro dos Salmos, o capítulo 21 é um cântico de louvor e gratidão ao Senhor, celebrando a vitória e a bênção que Ele concede ao rei. Vamos imaginar uma narrativa que se inspira nesse salmo, trazendo à vida um rei chamado Eliabe, que governava um reino antigo nas terras de Judá. A história se passa em um tempo em que a fé em Deus era o alicerce de todas as decisões e conquistas.
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Era uma manhã de primavera, e o sol nascia sobre as colinas de Jerusalém, banhando a cidade dourada com seus raios suaves. O rei Eliabe estava em seu palácio, de pé na varanda que dava para o vasto vale abaixo. Ele olhava para o horizonte, onde as montanhas se encontravam com o céu, e seu coração transbordava de gratidão. Há poucos dias, ele havia retornado de uma grande batalha, onde as forças inimigas, muito mais numerosas, haviam sido derrotadas de maneira milagrosa. Eliabe sabia que a vitória não era sua, mas do Senhor, que o havia sustentado e guiado.
Enquanto o vento suave agitava as cortinas de linho branco atrás dele, Eliabe se lembrou das palavras que havia escrito no rolo de pergaminho que agora repousava sobre sua mesa de cedro. Ele havia composto um salmo, um cântico de louvor ao Deus de Israel, que o havia coroado com glória e honra. “Senhor, o rei se alegra na tua força! Como se regozija nas vitórias que tu lhe concedes!” eram as primeiras linhas que ele havia escrito, inspirado pelo Espírito de Deus.
Eliabe fechou os olhos e deixou que a memória da batalha viesse à tona. Ele se lembrava de como, na noite anterior ao confronto, havia se ajoelhado em sua tenda, cercado por seus generais. Eles estavam preocupados, pois os inimigos haviam cercado o acampamento, e suas espadas e escudos brilhavam à luz das fogueiras distantes. Mas Eliabe, com uma fé inabalável, havia erguido as mãos ao céu e orado: “Ó Senhor, tu és a minha força e o meu escudo. Não confio em cavalos ou carros de guerra, mas no teu nome poderoso!”
Na manhã seguinte, quando as trombetas soaram e os exércitos se prepararam para a batalha, algo extraordinário aconteceu. Uma névoa densa desceu sobre o campo de batalha, confundindo os inimigos. Enquanto isso, os soldados de Eliabe, guiados por uma luz celestial, avançaram com precisão e coragem. O Senhor havia lutado por eles, e os inimigos foram derrotados sem que uma única flecha fosse disparada. Eliabe sabia que aquela vitória era um presente de Deus, uma resposta às suas orações e à sua confiança no Altíssimo.
Agora, de volta ao palácio, Eliabe decidiu que aquela vitória seria celebrada não apenas com festas e banquetes, mas com um culto de ação de graças ao Senhor. Ele ordenou que os sacerdotes preparassem o templo para uma grande cerimônia. Os levitas afinaram suas harpas e címbalos, e os cantores se reuniram para entoar os louvores de Israel.
No dia marcado, o rei vestiu suas vestes reais, um manto bordado com fios de ouro e pedras preciosas, e colocou sobre sua cabeça a coroa que o Senhor havia fortalecido. Ele caminhou solenemente até o templo, seguido por uma procissão de sacerdotes, nobres e o povo de Jerusalém. Ao entrar no pátio do templo, o aroma do incenso subiu ao céu, e o som das trombetas ecoou pelas colinas.
Eliabe se ajoelhou diante do altar e ergueu as mãos em oração. “Ó Senhor, tu me concedeste o desejo do meu coração e não negaste o pedido dos meus lábios. Tu me precedeste com ricas bênçãos e colocaste sobre minha cabeça uma coroa de ouro puro.” Sua voz era firme, mas cheia de emoção, e as lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ele agradecia a Deus por Sua fidelidade.
Os sacerdotes então apresentaram os sacrifícios de gratidão, e o fogo consumiu as ofertas, subindo em colunas de fumaça que simbolizavam as orações do povo. Enquanto isso, os levitas começaram a cantar o salmo que Eliabe havia composto. Suas vozes se elevaram em harmonia, e o povo se uniu ao cântico: “O rei confia no Senhor; por causa da fidelidade do Altíssimo, ele não será abalado. Tua mão alcançará todos os teus inimigos; tua destra atingirá os que te odeiam.”
Eliabe sentiu uma paz profunda invadir seu coração. Ele sabia que, embora fosse rei, seu trono era sustentado pela mão de Deus. Ele havia aprendido que a verdadeira força não estava em exércitos ou armas, mas na confiança no Senhor. E enquanto o sol se punha sobre Jerusalém, iluminando o templo com uma luz dourada, Eliabe fez um voto solene: “Enquanto eu viver, o Senhor será exaltado em meu reino. Seus feitos serão contados de geração em geração, e Seu nome será glorificado para sempre.”
E assim, o reinado de Eliabe foi marcado não apenas por vitórias militares, mas por uma profunda devoção ao Deus de Israel. Ele governou com justiça e compaixão, lembrando sempre que sua coroa era um presente do Senhor, e que a verdadeira glória pertencia somente a Ele.
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Essa história, inspirada no Salmo 21, nos lembra que todas as nossas vitórias e bênçãos vêm de Deus. Ele é a fonte de nossa força e o fundamento de nossa confiança. Que, como Eliabe, possamos sempre reconhecer Sua mão em nossas vidas e louvá-Lo por Sua bondade e fidelidade.