No Egito, um novo faraó subiu ao poder, um rei que não conhecia José nem a história de como ele havia salvado o Egito da fome e garantido a prosperidade da nação. Esse faraó, cheio de desconfiança e temor, olhou para o povo de Israel, que havia crescido exponencialmente em número e força, e viu neles uma ameaça. O coração do faraó se encheu de medo, e ele começou a tramar maneiras de controlar e oprimir os israelitas.
Os israelitas, descendentes de Jacó, haviam se estabelecido no Egito há muitas gerações. Eles eram numerosos, tão numerosos que pareciam cobrir a terra. O faraó, preocupado com o poder que eles poderiam ter, disse aos seus conselheiros: “Vejam! O povo de Israel está se tornando mais numeroso e forte do que nós. Se não agirmos com sabedoria, eles podem se aliar aos nossos inimigos, lutar contra nós e escapar do país.”
Assim, o faraó decidiu impor sobre os israelitas uma carga pesada de trabalho forçado. Ele os obrigou a construir cidades-armazéns para o Egito, como Pitom e Ramessés. Sob o sol escaldante do deserto, os israelitas trabalhavam dia após dia, carregando tijolos de barro e pedras pesadas. As mãos deles se tornaram calejadas, e seus corpos, exaustos. No entanto, quanto mais os egípcios os oprimiam, mais os israelitas se multiplicavam e se espalhavam. O faraó, vendo que sua estratégia não estava funcionando, ficou ainda mais alarmado.
Então, ele convocou as parteiras hebreias, chamadas Sifrá e Puá, e ordenou-lhes: “Quando vocês ajudarem as mulheres hebreias a dar à luz, observem o sexo da criança. Se for menino, matem-no; se for menina, deixem-na viver.” O faraó acreditava que, ao eliminar os meninos, ele poderia enfraquecer o povo de Israel e impedir que eles se tornassem uma nação poderosa.
Mas Sifrá e Puá eram mulheres tementes a Deus. Elas sabiam que a vida era sagrada e que matar inocentes era um pecado contra o Senhor. Por isso, não obedeceram à ordem cruel do faraó. Em vez disso, permitiram que todos os bebês, meninos e meninas, vivessem. Quando o faraó descobriu o que havia acontecido, ele chamou as parteiras e as interrogou: “Por que vocês fizeram isso? Por que deixaram os meninos viver?”
As parteiras, cheias de sabedoria e coragem, responderam: “As mulheres hebreias não são como as egípcias. Elas são fortes e dão à luz antes que as parteiras cheguem.” O faraó, embora desconfiado, não pôde provar que elas estavam mentindo. E, por causa da fé e da coragem de Sifrá e Puá, Deus as abençoou, concedendo-lhes famílias numerosas e prósperas.
No entanto, o faraó, ainda determinado a destruir o povo de Israel, decretou uma nova ordem terrível: “Todo menino hebreu que nascer deve ser jogado no rio Nilo, mas todas as meninas podem viver.” Essa ordem cruel ecoou por toda a terra do Egito, enchendo os corações dos israelitas de dor e desespero. As mães choravam ao segurar seus bebês recém-nascidos, sabendo que o destino deles era a morte nas águas do Nilo.
Mas, mesmo em meio a essa escuridão, a mão de Deus estava presente. Ele não havia abandonado Seu povo. No coração de cada israelita, havia uma centelha de esperança, uma fé inabalável de que o Senhor, que havia feito uma aliança com Abraão, Isaque e Jacó, não os esqueceria. E, como veremos mais adiante, Deus já estava preparando um libertador, um homem que seria usado para tirar Seu povo da escravidão e levá-lo à terra prometida.
Assim, o capítulo 1 de Êxodo nos mostra o início de uma história de opressão, mas também de resistência e fé. O faraó, com todo o seu poder e crueldade, não podia vencer o plano de Deus. O povo de Israel, embora sofresse, continuava a crescer e a se multiplicar, porque o Senhor estava com eles. E, como sempre, a justiça divina prevaleceria sobre a injustiça humana.