Bíblia em Contos

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A Entrada Triunfal de Jesus em Jericó

Era uma manhã fresca e serena, próxima à cidade de Jerusalém. Jesus e seus discípulos caminhavam em direção a Betfagé e Betânia, no Monte das Oliveiras. O sol começava a despontar no horizonte, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados. O ar estava carregado de uma expectativa silenciosa, como se a própria criação soubesse que algo grandioso estava prestes a acontecer.

Jesus, com seu olhar calmo e profundo, parou e chamou dois de seus discípulos. “Vão ao povoado que está adiante de vocês”, disse Ele, com uma voz que ecoava autoridade e ao mesmo tempo ternura. “Logo que entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que vocês estão fazendo isso?’, digam que o Senhor precisa dele e logo o mandará de volta.”

Os discípulos, confiantes nas palavras do Mestre, partiram imediatamente. Ao chegarem ao povoado, encontraram tudo exatamente como Jesus havia dito. Um jumentinho, jovem e forte, estava amarrado próximo a uma porta, do lado de fora, na rua. Quando começaram a desamarrá-lo, alguns dos que estavam por perto perguntaram: “O que vocês estão fazendo, desamarrando esse jumentinho?” Os discípulos responderam como Jesus havia instruído, e as pessoas permitiram que levassem o animal.

Trouxeram o jumentinho a Jesus, e sobre ele colocaram seus mantos, improvisando uma sela. Jesus montou no animal, e começou a descer o Monte das Oliveiras em direção a Jerusalém. Conforme avançavam, uma multidão começou a se reunir ao longo do caminho. Alguns espalhavam seus mantos no chão, enquanto outros cortavam ramos de árvores e os estendiam pelo caminho, criando um tapete verde e perfumado para o Rei que entrava em Sua cidade.

A multidão exultava, clamando em alta voz: “Hosana! Bendito é o que vem em nome do Senhor! Bendito é o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” As crianças corriam ao redor, suas vozes alegres misturando-se aos cânticos dos adultos. O ar estava carregado de uma alegria contagiante, e parecia que até as pedras clamariam se as vozes humanas se calassem.

Jesus, montado no jumentinho, avançava com serenidade. Seu rosto refletia uma mistura de determinação e tristeza, como se visse além daquela celebração momentânea. Ele sabia que aquela mesma multidão que O aclamava como Rei logo O abandonaria. Mas, naquele momento, Ele permitia que o povo O reconhecesse como o Messias prometido, o Filho de Davi que vinha em nome do Senhor.

Ao chegarem a Jerusalém, Jesus entrou no templo. Era um lugar majestoso, com suas colunas de mármore e paredes adornadas de ouro. O som dos cânticos e das orações ecoava pelos pátios. Mas, ao olhar ao redor, Jesus viu algo que O entristeceu profundamente. O templo, que deveria ser uma casa de oração para todas as nações, havia se transformado em um covil de ladrões. Mercadores vendiam animais para sacrifícios a preços exorbitantes, e cambistas trocavam moedas com taxas abusivas, explorando os peregrinos que vinham adorar.

Com um olhar de fogo santo, Jesus começou a expulsar todos os que ali comercializavam. Virou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. “Não está escrito”, bradou Ele, “que a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos? Mas vocês a transformaram num covil de ladrões!” Sua voz ecoou pelos corredores do templo, e todos que O ouviam ficaram atônitos, reconhecendo a autoridade divina em Suas palavras.

Os líderes religiosos, os sacerdotes e os mestres da lei, observavam tudo com desconfiança e ódio no coração. Eles tramavam como poderiam matar Jesus, pois O temiam, já que toda a multidão estava maravilhada com Seus ensinamentos. Mas, naquele momento, não podiam fazer nada, pois o povo O admirava e O seguia.

Ao cair da noite, Jesus e os discípulos deixaram a cidade e foram para Betânia, onde passaram a noite. No dia seguinte, ao retornarem a Jerusalém, Jesus sentiu fome. Avistando uma figueira ao longe, foi até ela na esperança de encontrar frutos. Mas, ao se aproximar, viu que a árvore estava cheia de folhas, porém sem frutos. Não era tempo de figos, mas a figueira dava a aparência de estar frutífera, enganando quem dela se aproximava.

Jesus, então, dirigiu-Se à árvore e disse: “Ninguém mais coma de seu fruto!” E imediatamente a figueira secou da raiz para cima. Os discípulos, ao verem isso, ficaram maravilhados. “Mestre”, disseram eles, “veja como a figueira secou!”

Jesus respondeu: “Tenham fé em Deus. Em verdade lhes digo que, se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim será feito. Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá. E, quando estiverem orando, se tiverem algo contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados.”

Ao entrarem novamente no templo, os líderes religiosos se aproximaram de Jesus e Lhe perguntaram: “Com que autoridade você está fazendo estas coisas? Quem lhe deu autoridade para fazê-las?” Jesus, conhecendo a malícia em seus corações, respondeu: “Eu lhes farei uma pergunta. Respondam-Me, e Eu lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas. O batismo de João era do céu ou dos homens? Digam-Me!”

Eles começaram a discutir entre si, dizendo: “Se dissermos: ‘Do céu’, Ele perguntará: ‘Então por que não creram nele?’ Mas, se dissermos: ‘Dos homens’…” Eles temiam o povo, pois todos consideravam João um profeta. Então responderam a Jesus: “Não sabemos.” E Ele lhes disse: “Tampouco Eu lhes direi com que autoridade estou fazendo estas coisas.”

E assim, Jesus continuou a ensinar no templo, revelando a verdade de Deus com sabedoria e autoridade, enquanto os líderes religiosos tramavam em seus corações como poderiam destruí-Lo. Mas o povo O ouvia com admiração, e muitos criam n’Ele, reconhecendo que Ele era verdadeiramente o Messias, o Salvador prometido.

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