Bíblia em Contos

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A Sabedoria de Agur: Reflexões sobre a Grandeza de Deus

Era uma vez, em uma terra distante, onde os vales eram verdejantes e as montanhas tocavam o céu, um homem chamado Agur. Ele não era um rei, nem um guerreiro famoso, mas um sábio que buscava entender os mistérios da vida e os caminhos de Deus. Agur era conhecido por sua humildade e por reconhecer que, diante da grandeza do Criador, ele era como um grão de areia no vasto deserto.

Um dia, Agur sentou-se à sombra de uma figueira, com o rosto voltado para o horizonte, onde o sol dourado começava a se esconder. Ele pegou um pergaminho e começou a escrever, inspirado pelo Espírito de Deus. Suas palavras eram profundas, cheias de sabedoria e reflexão. Ele começou assim:

“Palavras de Agur, filho de Jaque, o massaita. O homem diz: Estou cansado, ó Deus; estou cansado, ó Deus, e desfalecido. Porque sou mais estúpido do que ninguém; não tenho o entendimento do homem. Não aprendi a sabedoria, nem tenho o conhecimento do Santo.”

Agur olhou para o céu e suspirou. Ele sabia que, por mais que buscasse entender os caminhos de Deus, havia mistérios que estavam além de sua compreensão. Ele continuou a escrever:

“Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa capa? Quem estabeleceu todos os limites da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome de seu filho, se é que o sabes?”

Enquanto escrevia, Agur refletia sobre a grandeza de Deus. Ele imaginava o Criador segurando os ventos em Suas mãos poderosas, como um pastor segura suas ovelhas. Ele via as águas sendo contidas como se fossem envoltas em um manto, e os limites da terra sendo firmados pela palavra do Senhor. Tudo isso era tão maravilhoso que Agur sentia-se pequeno, mas ao mesmo tempo cheio de admiração.

Ele continuou:

“Toda a palavra de Deus é pura; ele é um escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.”

Agur sabia que a Palavra de Deus era como uma espada afiada, capaz de cortar até as mais profundas dúvidas do coração humano. Ele também entendia que adicionar ou tirar algo das Escrituras era um erro grave, pois a verdade de Deus era perfeita e completa.

Enquanto o sol desaparecia no horizonte, Agur começou a falar sobre as coisas que ele não entendia, mas que o maravilhavam:

“Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, e quatro que não consigo compreender: o caminho da águia no céu, o caminho da serpente sobre a rocha, o caminho do navio no meio do mar, e o caminho do homem com uma virgem.”

Agur observava a natureza e via nela os mistérios de Deus. A águia, com suas asas poderosas, voava alto, quase tocando o céu. A serpente deslizava sobre as rochas sem deixar rastros, como se fosse um espírito. O navio, mesmo sendo tão pesado, flutuava sobre as águas, guiado por mãos humanas. E o amor entre um homem e uma mulher era um mistério tão profundo que Agur não podia explicar.

Ele continuou:

“Assim é o caminho da mulher adúltera: ela come, e limpa a sua boca, e diz: Não pratiquei maldade.”

Agur sabia que o pecado, especialmente o adultério, era uma armadilha que podia destruir vidas. Ele via como algumas pessoas tentavam justificar seus erros, mas no fundo, a consciência as acusava.

Finalmente, Agur escreveu sobre as coisas que ele via na sociedade, coisas que o entristeciam:

“Há quatro coisas que a terra não pode suportar: o escravo quando se torna rei, o tolo quando se farta de comida, a mulher odiada quando se casa, e a serva quando toma o lugar da sua senhora.”

Agur entendia que a ordem estabelecida por Deus era sábia e justa. Quando essa ordem era perturbada, a sociedade sofria. Ele via como a ganância, a insensatez e a inveja podiam causar caos e dor.

Ao terminar de escrever, Agur olhou para o céu estrelado e orou:

“Ó Deus, tu és grande e poderoso. Tu criaste os céus e a terra, e tudo o que neles há. Quem sou eu para questionar os teus caminhos? Ensina-me a ser humilde, a confiar em ti e a viver de acordo com a tua vontade. Que as minhas palavras sejam puras, como a tua Palavra, e que eu nunca me afaste da verdade.”

E assim, Agur encerrou suas reflexões, sabendo que, embora não entendesse tudo, ele podia confiar no Deus que criou o universo e que o amava profundamente. Ele guardou o pergaminho e partiu, levando consigo a sabedoria que vinha do alto, pronta para compartilhar com aqueles que buscavam a verdade.

E a sabedoria de Agur continuou a ecoar através dos tempos, lembrando a todos que a verdadeira sabedoria começa com o temor do Senhor e a humildade de reconhecer que, diante de Deus, somos todos aprendizes.

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