Bíblia em Contos

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A Celebração da Páscoa no Reinado de Josias

No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o rei de Judá, o coração do povo estava voltado para o Senhor. Josias era um homem temente a Deus, que buscava diligentemente seguir os caminhos de Davi, seu antepassado. Ele havia purificado a terra de Judá e de Jerusalém, removendo os ídolos e os altares pagãos que haviam sido erguidos por reis anteriores. Agora, ele decidiu celebrar a Páscoa ao Senhor, algo que não era feito com tanta devoção desde os dias do profeta Samuel.

Josias convocou todos os líderes de Judá e Jerusalém, os sacerdotes, os levitas e todo o povo para se reunirem no templo do Senhor. Ele se colocou diante deles e disse: “Povo de Judá, o Senhor nosso Deus é fiel, e nós devemos ser fiéis a Ele. Hoje, celebramos a Páscoa, lembrando como Ele nos libertou da escravidão no Egito e nos trouxe para esta terra que mana leite e mel. Preparem-se, pois esta será uma celebração como nenhuma outra!”

Os levitas, que eram os responsáveis pelo serviço no templo, receberam ordens específicas de Josias. Ele lhes disse: “Coloquem a arca sagrada no templo que Salomão, filho de Davi, construiu. Não precisam mais carregá-la de um lado para o outro. Agora, dediquem-se ao serviço do Senhor e ao povo de Israel. Preparem-se para a Páscoa de acordo com as divisões de suas famílias, conforme as instruções escritas por Davi e por seu filho Salomão.”

Os levitas obedeceram prontamente. Eles prepararam os cordeiros para o sacrifício, assaram o pão sem fermento e organizaram tudo conforme a lei de Moisés. Josias também contribuiu generosamente para a celebração, oferecendo trinta mil cordeiros e cabritos, além de três mil bois, tudo tirado de seus próprios rebanhos. Os líderes do povo também deram ofertas voluntárias, e os sacerdotes e levitas se empenharam em servir com alegria e dedicação.

No dia da Páscoa, o templo estava repleto de pessoas. O aroma do pão assado e da carne dos sacrifícios enchia o ar. Os levitas, vestidos com suas túnicas brancas, moviam-se com precisão, realizando os sacrifícios e aspergindo o sangue dos cordeiros sobre o altar. Os sacerdotes, com suas vestes sagradas, entoavam cânticos de louvor ao Senhor, acompanhados pelos instrumentos musicais que Davi havia estabelecido para o culto.

Josias, em sua túnica real, estava no meio do povo, liderando a adoração. Ele ergueu as mãos e orou: “Ó Senhor, Deus de nossos pais, nós Te agradecemos por Tua bondade e misericórdia. Hoje, celebramos a Tua libertação e renovamos nosso compromisso de Te servir com todo o nosso coração. Que esta Páscoa seja um memorial da Tua fidelidade e um chamado para que Te obedeçamos em tudo.”

A celebração continuou por sete dias. Durante esse tempo, o povo comeu a carne dos sacrifícios, partilhou o pão sem fermento e ouviu as palavras da lei de Moisés, que eram lidas publicamente. Havia uma alegria contagiante em Jerusalém, pois o povo sentia a presença do Senhor entre eles.

No entanto, nem tudo era perfeito. Embora Josias fosse um rei justo e temente a Deus, o povo ainda carregava em seus corações resquícios de idolatria e desobediência. O Senhor, em Sua misericórdia, havia adiado o julgamento por causa da fidelidade de Josias, mas os pecados de Judá ainda clamavam por justiça.

Após a celebração da Páscoa, Josias continuou sua obra de reforma. Ele removeu os médiuns, os feiticeiros e todos os ídolos que ainda restavam em Judá. Ele também reparou o templo do Senhor, restaurando sua glória e santidade. No entanto, o Senhor havia decidido que o julgamento sobre Judá não seria mais adiado. Apesar da devoção de Josias, o povo não havia se arrependido verdadeiramente de seus pecados.

Anos mais tarde, Josias enfrentou o faraó Neco, rei do Egito, em uma batalha em Megido. Apesar de suas boas intenções, Josias não consultou o Senhor antes de entrar na batalha. Ele foi mortalmente ferido e morreu em Jerusalém, onde foi sepultado com grandes honras. O povo de Judá chorou por ele, pois sabiam que haviam perdido um rei justo e temente a Deus.

A celebração da Páscoa no reinado de Josias foi um momento de grande avivamento espiritual, mas também um lembrete de que a verdadeira obediência vem do coração. A história de Josias nos ensina que, embora possamos fazer grandes coisas em nome de Deus, Ele olha para o nosso interior e deseja que O amemos de todo o nosso coração, alma e força.

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