No princípio, quando o povo de Israel ainda era pequeno e peregrinava como estrangeiro em terras distantes, o Senhor já os havia escolhido. Ele fez uma aliança eterna com Abraão, prometendo-lhe que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas do céu e que herdariam uma terra onde manaria leite e mel. Essa promessa foi renovada a Isaque e a Jacó, e o Senhor jurou por Si mesmo que cumpriria Sua palavra.
Os filhos de Israel, no entanto, enfrentaram tempos difíceis. Eles foram para o Egito, onde José, filho de Jacó, havia sido elevado a uma posição de grande autoridade. José, que havia sido vendido como escravo por seus irmãos, foi usado por Deus para preservar a vida de seu povo durante uma grande fome que assolou a terra. No Egito, os israelitas se multiplicaram e se tornaram uma nação poderosa, mas também foram subjugados e escravizados por um faraó que não conhecia a José.
O clamor do povo chegou aos ouvidos de Deus, e Ele se lembrou de Sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó. O Senhor enviou Moisés, um homem escolhido desde o ventre de sua mãe, para libertar Seu povo. Moisés, embora relutante no início, foi fortalecido pelo poder de Deus e confrontou o faraó com sinais e maravilhas. As pragas caíram sobre o Egito, uma após a outra, mas o coração do faraó permaneceu endurecido.
A última praga foi a mais terrível de todas. Naquela noite, o anjo da morte passou por toda a terra do Egito, ferindo todos os primogênitos, desde os animais até os humanos. Mas as casas dos israelitas foram poupadas, pois eles haviam marcado suas portas com o sangue de um cordeiro, conforme instruído por Moisés. O faraó, finalmente, cedeu e permitiu que o povo partisse.
O Senhor guiou Seu povo através do deserto com uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite. Ele os protegeu de seus inimigos e os sustentou com maná do céu e água que jorrou da rocha. Quando os egípcios tentaram persegui-los, o mar Vermelho se abriu, permitindo que os israelitas passassem a pé enxuto, enquanto os carros e cavaleiros do faraó foram tragados pelas águas.
No deserto, o Senhor continuou a prover para Seu povo. Ele lhes deu os Dez Mandamentos no monte Sinai, estabelecendo uma lei que os guiaria em justiça e santidade. Mesmo quando o povo murmurou e se rebelou, Deus foi paciente e misericordioso, renovando Sua aliança e prometendo levá-los à terra prometida.
Finalmente, após quarenta anos de peregrinação, os israelitas entraram em Canaã, a terra que o Senhor havia jurado dar a seus antepassados. Eles conquistaram nações mais poderosas do que eles, pois o Senhor lutava por Seu povo. Cada vitória era um testemunho do poder e da fidelidade de Deus.
Ao longo de toda a história, o Senhor mostrou-Se como um Deus que cumpre Suas promessas. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. Sua misericórdia dura para sempre, e Seu amor é inabalável. Portanto, o povo de Israel foi chamado a lembrar-se das maravilhas que Ele operou, a guardar Seus mandamentos e a louvá-Lo com todo o coração.
Assim, o Salmo 105 nos convida a recordar as obras do Senhor, a meditar em Seus feitos poderosos e a proclamar Sua glória entre as nações. Pois Ele é o Deus que escolheu um povo para Si, que o redimiu com mão forte e braço estendido, e que o guiou com amor e fidelidade até o fim. Que todos os povos O conheçam e O adorem, pois Ele é digno de todo louvor, honra e glória, agora e para sempre. Amém.