No coração da cidade de Corinto, onde o barulho das ruas e o fervor do comércio ecoavam por todos os cantos, o apóstolo Paulo se encontrava em uma pequena casa, cercado por um grupo de fiéis que se reuniam para ouvir suas palavras. A luz de uma lamparina iluminava seu rosto, marcado pela experiência e pela dedicação ao evangelho de Cristo. Ele havia recebido notícias preocupantes sobre a comunidade cristã de Corinto, e seu coração estava cheio de amor e preocupação por aqueles que haviam abraçado a fé.
Paulo respirou fundo e começou a falar, sua voz suave, mas firme, ecoando pela sala. “Irmãos e irmãs, como cooperadores de Deus, nós vos exortamos a não receberdes a graça de Deus em vão.” Ele fez uma pausa, olhando nos olhos de cada um, como se quisesse imprimir suas palavras em seus corações. “Pois Ele diz: ‘No tempo favorável Eu vos ouvi, e no dia da salvação Eu vos socorri.’ Eis que agora é o tempo favorável, eis que agora é o dia da salvação.”
A sala ficou em silêncio, apenas o som da lamparina crepitando suavemente. Paulo continuou, sua voz ganhando intensidade. “Nós não damos motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado. Antes, em tudo recomendamos a nós mesmos como ministros de Deus: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns.”
Ele levantou as mãos, mostrando as marcas de suas lutas. “Pela pureza, pelo conhecimento, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, pelo amor não fingido, pela palavra da verdade, pelo poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda.” Suas palavras eram como flechas que atingiam o coração de cada ouvinte, despertando-lhes a consciência.
“Através da honra e da desonra, pela infâmia e pela boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas bem conhecidos; como se estivéssemos morrendo, e eis que vivemos; como castigados, mas não mortos; como entristecidos, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo.”
Paulo fez uma pausa, permitindo que suas palavras fossem absorvidas. Ele sabia que muitos ali enfrentavam dificuldades, perseguições e dúvidas. Sua intenção era fortalecê-los, lembrá-los de que, apesar das lutas, eles eram portadores de uma mensagem poderosa e transformadora.
“Ó coríntios, nossa boca está aberta para vós, e nosso coração está dilatado. Não estais estreitados em nós, mas estais estreitados em vossos próprios afetos. Como recompensa, falo como a filhos: dilatai-vos também vós.”
Ele se inclinou para frente, como se quisesse abraçar a todos com suas palavras. “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?”
Paulo sabia que muitos naquela comunidade estavam sendo tentados a se misturar com práticas e crenças pagãs, comprometendo sua fé. Suas palavras eram um alerta, mas também um convite à santidade e à separação do que era contrário ao evangelho.
“E que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos? Pois vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: ‘Habitarei neles e entre eles andarei; e Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.'”
Ele ergueu as mãos, como se estivesse abençoando a todos. “Portanto, saí do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei. E Eu serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.”
A sala ficou em silêncio novamente, mas desta vez havia uma sensação de paz e renovação. As palavras de Paulo haviam tocado profundamente os corações daqueles que o ouviam. Eles se lembraram de quem eram e de quem os havia chamado. E, naquele momento, renovaram seu compromisso de viverem como filhos e filhas do Deus Altíssimo, separados para Ele, em santidade e verdade.
Paulo sorriu, vendo a fé reacendida em seus olhos. Ele sabia que o caminho não seria fácil, mas também sabia que o poder de Deus era suficiente para sustentá-los. E, assim, naquela noite em Corinto, a luz do evangelho brilhou mais uma vez, iluminando os corações e fortalecendo a comunidade para continuar sua jornada de fé.