**A História do Altar de Testemunho: Josué 22**
Após muitos anos de batalhas e conquistas, a terra prometida finalmente estava sendo repartida entre as tribos de Israel. Josué, o líder escolhido por Deus para suceder Moisés, havia guiado o povo com sabedoria e fidelidade. As tribos de Rúben, Gade e a metade da tribo de Manassés, que haviam escolhido habitar do outro lado do Jordão, receberam sua herança nas terras férteis de Gileade. Agora, era chegado o momento de retornar para suas famílias e posses.
Josué chamou os homens dessas tribos e os elogiou por sua lealdade e coragem. Eles haviam lutado ao lado de seus irmãos israelitas, mesmo já tendo recebido sua porção de terra. Josué os abençoou e os enviou de volta para suas casas, com uma mensagem importante: “Voltem para as suas tendas com grandes riquezas, com muito gado, com prata, ouro, bronze, ferro e muitas roupas. Dividam com seus irmãos os despojos de seus inimigos.”
Os homens de Rúben, Gade e Manassés partiram, cheios de gratidão e alegria. Caminharam pelas margens do Jordão, atravessando o rio em direção às suas terras. No entanto, ao chegarem a uma região chamada Gelilote, próximo ao Jordão, eles tiveram uma ideia que mudaria o curso dos acontecimentos.
Inspirados por um profundo senso de unidade e pertencimento ao povo de Israel, decidiram construir um altar. Não era um altar comum, mas um altar grande e imponente, feito de pedras cuidadosamente selecionadas. Ele se erguia como um monumento visível a todos que passassem por ali. Para eles, o altar era um símbolo de que, embora estivessem separados geograficamente, permaneciam ligados espiritualmente ao Deus de Israel e ao Seu povo.
No entanto, quando as outras tribos de Israel ouviram falar do altar, uma onda de preocupação e indignação tomou conta deles. Lembraram-se das advertências de Moisés sobre a idolatria e os falsos deuses. Temeram que as tribos do outro lado do Jordão estivessem se rebelando contra o Senhor, construindo um altar para adoração proibida. A ira acendeu-se em seus corações, e decidiram agir rapidamente.
As tribos de Israel reuniram-se em Siló, onde o Tabernáculo estava estabelecido, e prepararam-se para a guerra. Enviaram uma delegação liderada por Fineias, o sacerdote, e dez líderes das tribos, para confrontar Rúben, Gade e Manassés. A tensão era palpável quando a delegação chegou ao outro lado do Jordão. Fineias, com voz firme, repreendeu-os: “O que é isso que vocês fizeram? Por que construíram este altar? Vocês estão se rebelando contra o Senhor? Lembrem-se do pecado de Peor, que trouxe praga sobre nós! Se vocês se desviarem do Senhor hoje, amanhã Ele se irará contra toda a comunidade de Israel!”
Os homens de Rúben, Gade e Manassés ouviram as palavras de Fineias com atenção e respeito. Então, um dos líderes das tribos respondeu: “O Poderoso, o Senhor, o Poderoso, o Senhor, Ele sabe! E que Israel o saiba! Se foi em rebelião ou infidelidade ao Senhor que fizemos isso, não nos poupe hoje. Se construímos este altar para nos afastarmos do Senhor, ou para oferecer holocaustos e ofertas de cereal, ou sacrifícios de comunhão, que o próprio Senhor nos peça contas! Mas não! Fizemos isso por temor. No futuro, seus descendentes poderiam dizer aos nossos: ‘O que vocês têm a ver com o Senhor, o Deus de Israel? O Senhor fez do Jordão uma fronteira entre nós e vocês, tribos de Rúben e Gade. Vocês não têm parte com o Senhor.’ Assim, seus descendentes poderiam levar os nossos a deixarem de temer o Senhor. Por isso resolvemos construir este altar, não para holocaustos ou sacrifícios, mas como testemunho entre nós e vocês e as gerações futuras, de que cultuamos o Senhor diante do Seu Tabernáculo com nossos holocaustos, sacrifícios e ofertas de comunhão. Assim, no futuro, seus descendentes não poderão dizer aos nossos que não temos parte com o Senhor.”
Ao ouvirem essa explicação, Fineias e os líderes das tribos de Israel ficaram aliviados e satisfeitos. Reconheceram que o altar não era um sinal de rebelião, mas de lealdade e unidade. Fineias respondeu: “Hoje sabemos que o Senhor está conosco, pois vocês não foram infiéis ao Senhor. Agora, vocês livraram os israelitas da mão do Senhor.”
A delegação retornou para Siló e relatou tudo às outras tribos. A notícia trouxe paz e alegria a todo o povo de Israel. Eles louvaram a Deus e decidiram não mais falar em guerra contra Rúben, Gade e Manassés. O altar foi chamado de “Testemunho”, pois servia como um lembrete permanente de que todas as tribos de Israel, independentemente de onde habitassem, eram um só povo, unido sob o Senhor, o Deus de Israel.
E assim, o altar permaneceu como um símbolo de fé, unidade e fidelidade, testemunhando para as gerações futuras que o Senhor é o Deus de todos os Seus filhos, em todos os lugares.