Bíblia em Contos

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Confiança em Deus: A Libertação de Jerusalém

No coração de Judá, em meio a um tempo de grande turbulência e incerteza, o povo se encontrava dividido entre a confiança no Senhor e a tentação de buscar ajuda em alianças humanas. O rei Ezequias, um homem temente a Deus, mas pressionado pelas ameaças do poderoso exército assírio, enfrentava uma decisão crucial. O profeta Isaías, enviado por Deus, já havia advertido o povo sobre os perigos de confiar em cavalos e carros, em vez de buscar refúgio no Santo de Israel. Mas o medo era grande, e as sombras da guerra se aproximavam cada vez mais.

Os assírios, liderados pelo temível rei Senaqueribe, haviam conquistado nações inteiras, e agora suas tropas avançavam em direção a Jerusalém. O exército era vasto, com soldados armados até os dentes, carros de guerra reluzentes e cavalos imponentes. As muralhas de Jerusalém tremiam diante da ameaça, e o coração do povo se enchia de pavor. Muitos clamavam por uma aliança com o Egito, uma nação poderosa que poderia oferecer proteção contra os assírios. “O Egito tem cavalos e carros!”, gritavam alguns. “Eles podem nos salvar!”

Mas Isaías, o profeta, levantou-se no meio do povo e proclamou com voz firme: “Ai dos que descem ao Egito em busca de ajuda, que confiam em cavalos, que dependem da multidão dos seus carros e na grande força dos seus cavaleiros, mas não olham para o Santo de Israel, nem buscam ao Senhor!” Suas palavras ecoaram como um trovão, cortando o ar pesado de medo e dúvida. “O Egito é homem, e não Deus; os seus cavalos são carne, e não espírito. Quando o Senhor estender a sua mão, tanto o que ajuda cairá como o que é ajudado, e todos juntos perecerão.”

O profeta continuou, descrevendo a futilidade de confiar em forças humanas. Ele comparou os cavalos e carros do Egito a frágeis caniços que se quebram ao menor toque, incapazes de sustentar o peso da confiança do povo. “O Senhor dos Exércitos descerá para guerrear”, declarou Isaías, “e como um leão que ruge sobre a sua presa, Ele não se deterá até que cumpra o seu propósito. Ele protegerá Jerusalém como um pássaro que protege o seu ninho, e a livrará, passando e salvando-a.”

Enquanto Isaías falava, uma sensação de paz começou a invadir os corações daqueles que ouviam. Eles lembraram das maravilhas que o Senhor havia feito no passado, como libertara Israel do Egito com mão poderosa e como derrotara exércitos inteiros com apenas um sopro de seu poder. O rei Ezequias, tocado pelas palavras do profeta, decidiu confiar plenamente no Senhor. Ele ordenou que o povo se reunisse no templo para orar e buscar a face de Deus.

Naquela noite, enquanto as estrelas brilhavam sobre Jerusalém, o Senhor agiu. O anjo do Senhor desceu sobre o acampamento assírio e, em uma única noite, feriu cento e oitenta e cinco mil soldados. Quando o sol nasceu, os assírios que sobreviveram encontraram seus companheiros mortos e, tomados de terror, fugiram de volta para sua terra. Senaqueribe, o rei arrogante, retornou a Nínive, onde mais tarde foi assassinado por seus próprios filhos, cumprindo assim a palavra do Senhor.

O povo de Judá viu a mão poderosa de Deus agindo em seu favor e entendeu que Ele é fiel àqueles que confiam nEle. Isaías, o profeta, continuou a ensinar: “Voltem àquele contra quem os israelitas se rebelaram tão profundamente. Pois naquele dia cada um de vocês rejeitará os ídolos de prata e de ouro, que as suas mãos pecadoras fizeram.”

E assim, Jerusalém foi salva, não por cavalos ou carros, nem pela força do Egito, mas pela mão poderosa do Senhor, que jamais falha com aqueles que nEle confiam. O povo aprendeu que verdadeira segurança só pode ser encontrada no Deus vivo, que é fiel para sempre. E a história de sua libertação foi contada de geração em geração, como um testemunho do poder e da misericórdia do Senhor, o Deus de Israel.

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