No início de uma manhã ensolarada, na cidade de Jerusalém, Tiago, irmão de Jesus, sentou-se em um local tranquilo para escrever uma carta às doze tribos dispersas entre as nações. Ele havia recebido notícias de que muitos irmãos estavam enfrentando provações e dificuldades, e seu coração estava cheio de amor e preocupação por eles. Com uma pena na mão e um rolo de pergaminho à sua frente, ele começou a escrever, inspirado pelo Espírito Santo.
“Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos dispersas entre as nações: Saudações!” Ele começou, com uma voz suave, mas firme. “Considerem motivo de grande alegria, meus irmãos, sempre que passarem por diversas provações.” Ele fez uma pausa, refletindo sobre as palavras que acabara de escrever. Sabia que a ideia de alegrar-se nas dificuldades poderia parecer estranha, mas ele também sabia que as provações eram uma oportunidade para o crescimento espiritual.
Tiago continuou, descrevendo como as provações testam a fé e produzem perseverança. Ele imaginou os rostos daqueles que leriam suas palavras, talvez cansados e desanimados, e quis encorajá-los. “Sabendo que a prova da vossa fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, para que sejais maduros e íntegros, sem que falte coisa alguma.” Ele sabia que a maturidade espiritual não vinha de uma vida fácil, mas de uma fé que era testada e fortalecida nas lutas.
Enquanto escrevia, Tiago lembrou-se de um homem que havia conhecido recentemente, um jovem chamado Eliabe. Eliabe havia perdido tudo o que tinha em uma tempestade que destruiu sua casa e suas colheitas. Ele estava desesperado, questionando por que Deus permitira que tal coisa acontecesse. Tiago havia passado horas conversando com ele, explicando que as provações não eram um sinal do desprezo de Deus, mas uma oportunidade para confiar mais profundamente nEle.
“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Tiago escreveu essas palavras com convicção, sabendo que muitos de seus irmãos precisavam de sabedoria para enfrentar os desafios da vida. Ele imaginou Eliabe, de joelhos, clamando a Deus por entendimento, e sorriu ao pensar na resposta que certamente viria.
No entanto, Tiago também sabia que a fé vacilante não agradava a Deus. Ele continuou: “Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento.” Ele descreveu como uma pessoa que duvida é instável em todos os seus caminhos, incapaz de receber algo do Senhor. Ele queria que seus leitores entendessem a importância de uma fé firme e inabalável.
Tiago então voltou sua atenção para os irmãos humildes e os ricos. Ele sabia que a riqueza poderia ser uma armadilha, levando as pessoas a confiarem em seus bens materiais em vez de em Deus. “O irmão de condição humilde deve gloriar-se na sua exaltação; mas o rico, na sua humilhação, porque passará como a flor da relva.” Ele descreveu como o sol nasce com seu calor abrasador e seca a planta; a flor cai e a sua beleza é destruída. Da mesma forma, o rico murchará em meio aos seus afazeres.
Ele então escreveu sobre a bem-aventurança daqueles que perseveram sob a provação. “Bem-aventurado o homem que persevera na provação, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam.” Ele imaginou a alegria no céu quando os fiéis recebessem sua recompensa, e seu coração se encheu de esperança.
Tiago também advertiu sobre a tentação, explicando que ela não vem de Deus. “Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.” Ele descreveu como cada um é tentado pela sua própria cobiça, sendo arrastado e seduzido por ela. Ele sabia que o pecado, quando consumado, gera a morte, e queria que seus irmãos fugissem de tudo o que os afastasse de Deus.
Ele então escreveu sobre a bondade de Deus, lembrando a seus leitores que toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. Ele descreveu como Deus, por Sua vontade, nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias de Sua criação.
Tiago concluiu a primeira parte de sua carta com uma exortação prática: “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos.” Ele descreveu como alguém que ouve a palavra, mas não a pratica, é como um homem que olha para o seu rosto no espelho e, depois de se ver, sai e logo esquece a sua aparência. Ele queria que seus irmãos vivessem de acordo com a palavra de Deus, refletindo Seu amor e justiça em suas vidas.
Ele então escreveu sobre a religião pura e imaculada diante de Deus: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas aflições e guardar-se da corrupção do mundo. Ele sabia que a verdadeira fé se manifestava em ações de amor e compaixão, e queria que seus leitores vivessem de maneira que glorificasse a Deus.
Ao terminar de escrever, Tiago enrolou cuidadosamente o pergaminho e o entregou a um mensageiro confiável, que o levaria às doze tribos dispersas. Ele orou para que suas palavras trouxessem consolo, encorajamento e direção a todos que as lessem, e que eles pudessem encontrar força em Deus para enfrentar as provações da vida com fé e perseverança.