No capítulo 25 do livro de Ezequiel, o profeta recebe uma mensagem divina dirigida a várias nações que se levantaram contra o povo de Israel, demonstrando desprezo e alegria pela desgraça que havia caído sobre Jerusalém. A história se desenrola com uma riqueza de detalhes que revelam não apenas a justiça de Deus, mas também a profundidade de Sua soberania sobre as nações.
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Era um dia de sol abrasador no exílio babilônico. Ezequiel, o profeta, sentia o peso do Espírito do Senhor sobre ele, como uma mão poderosa que o conduzia a um estado de profunda revelação. Ele estava em sua casa, cercado por outros exilados, quando de repente ouviu uma voz que ecoava como o trovão, mas ao mesmo tempo era suave como o sussurro do vento. Era a voz do Senhor, que começou a falar:
“Filho do homem, volte o seu rosto contra os amonitas e profetize contra eles.”
Ezequiel sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele sabia que os amonitas, descendentes de Ló, eram vizinhos de Israel e, por muito tempo, haviam sido inimigos do povo de Deus. Eles se alegraram quando Jerusalém foi destruída, zombando da desgraça dos israelitas. O profeta fechou os olhos e viu, em sua mente, as cidades dos amonitas, cheias de orgulho e arrogância. Ele ergueu a voz e começou a profetizar:
“Assim diz o Senhor Deus: Porque você disse ‘Ah!’ quando o meu santuário foi profanado, quando a terra de Israel foi devastada e quando a casa de Judá foi para o exílio, eu a entregarei como possessão aos povos do oriente. Eles montarão acampamentos entre vocês e instalarão suas moradas; comerão os seus frutos e beberão o seu leite. Farei de Rabá um lugar para camelos pastarem e dos amonitas um repouso para ovelhas. Então vocês saberão que eu sou o Senhor.”
A visão era clara: os amonitas, que se alegraram com a queda de Israel, seriam humilhados. Suas terras férteis se tornariam pastagens para animais, e sua arrogância seria transformada em vergonha. Ezequiel sentiu o peso da justiça divina, mas também a tristeza de ver nações que poderiam ter se arrependido, mas escolheram o caminho da hostilidade.
A voz do Senhor continuou, agora dirigindo-se aos moabitas:
“Assim diz o Senhor Deus: Porque Moabe e Seir disseram: ‘A casa de Judá é como todas as outras nações’, eu abrirei o flanco de Moabe, começando por suas cidades fronteiriças, a glória da terra: Bete-Jesimote, Baal-Meom e Quiriataim. Eu a entregarei, junto com os amonitas, aos povos do oriente, para que os amonitas não sejam mais lembrados entre as nações. E executarei juízos sobre Moabe, e eles saberão que eu sou o Senhor.”
Ezequiel viu em sua visão as cidades de Moabe sendo invadidas por exércitos estrangeiros. Ele sentiu o cheiro de fumaça e ouviu os gritos de desespero. Moabe, que havia menosprezado o povo de Deus, agora enfrentaria a mesma devastação que havia desejado para Israel.
A seguir, a voz do Senhor se voltou para os edomitas:
“Assim diz o Senhor Deus: Porque Edom agiu com vingança contra a casa de Judá e se tornou culpado, vingando-se deles, eu estenderei a minha mão contra Edom e eliminarei dela tanto homens como animais. Eu a tornarei uma ruína, e desde Temã até Dedã eles cairão pela espada. Farei a minha vingança contra Edom pelas mãos do meu povo Israel, e eles tratarão Edom de acordo com a minha ira e o meu furor; então eles saberão que esta vingança é minha, diz o Senhor Deus.”
Ezequiel viu as montanhas de Seir, terra dos edomitas, cobertas de sangue. Ele sentiu o vento frio que soprava sobre as ruínas de suas cidades. Edom, que havia perseguido os israelitas em seu momento de fraqueza, agora enfrentaria a ira do Senhor.
Por fim, a voz do Senhor se dirigiu aos filisteus:
“Assim diz o Senhor Deus: Porque os filisteus agiram com vingança e, com desprezo no coração, se vingaram com destruição perpétua, eu estenderei a minha mão contra os filisteus, eliminarei os queretitas e destruirei o restante que vive ao longo da costa. Executarei neles a minha vingança com castigos furiosos. Eles saberão que eu sou o Senhor, quando eu exercer a minha vingança sobre eles.”
Ezequiel viu as cidades costeiras dos filisteus sendo arrasadas. Ele ouviu o som das ondas batendo contra as praias agora desertas. Os filisteus, que haviam sido inimigos de Israel desde os tempos dos juízes, agora enfrentariam o juízo divino.
Quando a visão terminou, Ezequiel abriu os olhos e viu os rostos atentos dos exilados ao seu redor. Ele sabia que a mensagem que havia recebido era dura, mas também era um lembrete de que o Senhor é justo e soberano. As nações que se levantaram contra o povo de Deus não ficariam impunes, e o próprio Israel, embora disciplinado, não seria abandonado para sempre.
Ezequiel respirou fundo e começou a explicar a visão aos exilados, enfatizando que o Senhor é o Deus de todas as nações. Ele não apenas julga, mas também restaura. E, no final, todos saberão que Ele é o Senhor.
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Essa história, baseada em Ezequiel 25, nos lembra da soberania de Deus sobre todas as nações e da importância de confiar em Sua justiça, mesmo quando o mundo parece caótico.