Bíblia em Contos

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Visão de João na Ilha de Patmos: A Glória de Cristo Revelada

No princípio, o apóstolo João, exilado na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus, estava em espírito no Dia do Senhor. A ilha, árida e solitária, era banhada pelo mar Egeu, cujas ondas batiam suavemente contra as rochas, como se sussurrassem segredos antigos. O céu estava límpido, e o sol brilhava intensamente, mas algo maior que a luz do dia estava prestes a se revelar.

De repente, João ouviu atrás de si uma voz poderosa, como o som de uma trombeta. Era uma voz que ecoava com autoridade divina, enchendo o ar com uma presença sobrenatural. Ele se virou para ver quem falava e, ao fazê-lo, foi tomado por uma visão gloriosa e assombrosa. Diante dele estavam sete candelabros de ouro, reluzentes e majestosos, simbolizando as sete igrejas da Ásia. No meio dos candelabros, estava alguém semelhante ao Filho do Homem, cuja aparência era indescritível em sua magnificência.

A figura vestia uma túnica longa e branca, que brilhava como a luz mais pura, e uma faixa de ouro atravessava seu peito. Seus cabelos eram brancos como a neve, como a lã mais alva, simbolizando eternidade e pureza. Seus olhos eram como chamas de fogo, penetrantes e cheios de discernimento, capazes de ver além das aparências e de conhecer os segredos mais profundos do coração humano. Seus pés brilhavam como bronze polido, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e sua voz era como o rugido de muitas águas, poderosa e cheia de autoridade.

Em sua mão direita, ele segurava sete estrelas, que representavam os anjos das sete igrejas, e de sua boca saía uma espada afiada de dois gumes, símbolo da Palavra de Deus, que corta e divide alma e espírito, juntas e medulas. Seu rosto resplandecia como o sol em seu fulgor, tão brilhante que era quase impossível olhar diretamente para ele. Era uma visão de glória e majestade que transcendia qualquer coisa que João já tivesse experimentado.

Ao ver aquela figura gloriosa, João caiu aos seus pés como morto, tomado por um temor reverente e esmagador. Ele sabia que estava na presença do Senhor ressuscitado e glorificado, o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, Aquele que viveu, morreu e ressuscitou, e que agora vive para sempre. Mas a mão direita da figura tocou João com ternura, e a voz que antes era como o rugido de muitas águas agora falava com suavidade e encorajamento: “Não temas; Eu sou o Primeiro e o Último, e o que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.”

João sentiu um alívio imediato, mas ainda estava profundamente impressionado pela santidade e poder daquele que estava diante dele. O Senhor então ordenou que ele escrevesse tudo o que via, tanto as coisas presentes quanto as que ainda estavam por vir. Ele explicou que as sete estrelas em sua mão eram os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros eram as próprias igrejas. Cada detalhe da visão tinha um significado profundo, revelando a soberania de Cristo sobre sua Igreja e sobre toda a criação.

A visão continuou a se desdobrar, mas naquele momento, João estava completamente imerso na glória de Cristo. Ele compreendeu que aquela revelação não era apenas para ele, mas para todas as igrejas, para todos os que creem e esperam na volta do Senhor. A mensagem era clara: Jesus Cristo, o Filho de Deus, está vivo e reina supremo. Ele conhece as lutas, as vitórias e os fracassos de seu povo, e Ele está no meio deles, guiando, corrigindo e consolando.

João, ainda tremendo, mas cheio de uma paz sobrenatural, começou a escrever tudo o que via e ouvia. Ele sabia que aquela visão marcaria o início de uma revelação maior, que traria esperança aos fiéis e advertência aos desviados. A ilha de Patmos, antes um lugar de exílio e solidão, tornou-se o cenário de uma das mais gloriosas revelações da história da humanidade. E assim, a Palavra de Deus, viva e eficaz, continuou a ecoar através dos séculos, chamando todos à fé, à perseverança e à expectativa da volta do Rei dos reis.

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