Bíblia em Contos

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O Túmulo Vazio e a Ressurreição de Jesus

No terceiro dia após a crucificação de Jesus, o sol começava a despontar sobre Jerusalém, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. O ar estava fresco, e um silêncio solene pairava sobre a cidade. As mulheres que haviam seguido Jesus desde a Galileia, entre elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, caminhavam em direção ao túmulo onde o corpo de Jesus havia sido colocado. Elas carregavam consigo especiarias aromáticas que haviam preparado para ungir o corpo do Mestre, conforme o costume judaico.

Enquanto se aproximavam do sepulcro, uma preocupação surgiu em seus corações: “Quem removerá a pedra da entrada do túmulo para nós?”, perguntaram umas às outras. A pedra era grande e pesada, e elas sabiam que não teriam forças para movê-la. Mas, ao chegarem, viram algo que as deixou atônitas: a pedra já havia sido removida! O túmulo estava aberto, e o interior estava iluminado por uma luz suave, como se o próprio céu tivesse descido para ali.

Ao entrarem, não encontraram o corpo de Jesus. Em vez disso, dois homens com vestes resplandecentes apareceram diante delas. As mulheres, tomadas de temor, abaixaram os rostos, mas os homens lhes disseram: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui; ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava na Galileia: ‘É necessário que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite ao terceiro dia'”.

As palavras ecoaram em seus corações, e elas se lembraram das profecias de Jesus. Cheias de alegria e temor, saíram apressadamente do túmulo e correram para contar aos discípulos o que tinham visto e ouvido. No entanto, quando relataram o acontecido, os discípulos não acreditaram nelas, considerando suas palavras como um delírio. Apenas Pedro, curioso e talvez esperançoso, levantou-se e correu até o túmulo. Ao chegar, inclinou-se para olhar dentro e viu apenas os lençóis de linho que haviam envolvido o corpo de Jesus, dobrados e colocados à parte. Ele voltou para casa, maravilhado e confuso, sem saber o que pensar.

No mesmo dia, dois discípulos estavam a caminho de Emaús, uma aldeia a cerca de onze quilômetros de Jerusalém. Enquanto caminhavam, conversavam sobre tudo o que havia acontecido nos últimos dias. Seus corações estavam pesados, e suas vozes carregadas de tristeza. De repente, Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles, mas eles não o reconheceram. Ele perguntou: “Sobre o que vocês estão conversando enquanto caminham?”

Eles pararam, com semblantes abatidos, e Cleopas, um dos dois, respondeu: “Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe o que aconteceu por lá nestes dias?”

Jesus perguntou: “O que foi?”

Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus de Nazaré. Ele era um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo. Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse o que havia de redimir Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu. Além disso, algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram ao túmulo de madrugada e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que tinham tido uma visão de anjos, que afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram tudo como as mulheres tinham dito, mas não o viram.”

Jesus então lhes disse: “Como vocês são tardios de coração para crer em tudo o que os profetas disseram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e todos os Profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.

Ao se aproximarem de Emaús, Jesus fez como quem ia mais adiante, mas eles insistiram: “Fique conosco, pois já é tarde, e o dia está quase no fim.” Ele entrou para ficar com eles. Quando estavam à mesa, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. Então os olhos deles foram abertos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da vista deles.

Eles disseram um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração enquanto ele nos falava pelo caminho e nos expunha as Escrituras?” Levantaram-se imediatamente e voltaram para Jerusalém. Lá, encontraram os Onze e os outros que estavam reunidos com eles, que diziam: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que havia acontecido no caminho e como Jesus fora reconhecido por eles quando partiu o pão.

Enquanto ainda falavam, o próprio Jesus apareceu no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!” Eles ficaram assustados e aterrorizados, pensando que estavam vendo um espírito. Mas ele lhes disse: “Por que vocês estão perturbados e por que surgem dúvidas em seus corações? Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho.”

Enquanto ainda não acreditavam, cheios de alegria e de admiração, ele lhes perguntou: “Vocês têm aqui algo para comer?” Deram-lhe um pedaço de peixe assado, e ele o comeu na frente deles.

Então Jesus lhes disse: “Foi isso que eu lhes falei enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras. E lhes disse: “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vocês são testemunhas destas coisas. Eu lhes enviarei o que o meu Pai prometeu; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto.”

Depois disso, Jesus os levou até as proximidades de Betânia e, erguendo as mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, ele foi elevado ao céu. Eles o adoraram e voltaram para Jerusalém com grande alegria, permanecendo continuamente no templo, louvando a Deus. E assim, a promessa da ressurreição se cumpriu, e a esperança de vida eterna foi confirmada para todos os que creem.

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