No início da criação, quando o Senhor moldou os céus e a terra, Ele estabeleceu um propósito para todas as Suas obras. Entre os muitos salmos que ecoam a glória de Deus, o Salmo 92 destaca-se como um hino de louvor e gratidão, uma celebração da fidelidade divina e da justiça que permeia a vida daqueles que O temem. Esta história, inspirada no Salmo 92, narra a vida de um homem chamado Eliabe, cuja jornada reflete a verdade e a beleza deste salmo.

Eliabe era um homem simples, habitante de uma pequena aldeia nos arredores de Jerusalém. Desde a sua juventude, ele fora ensinado a amar e temer ao Senhor. Seus pais, fiéis seguidores da Lei, haviam plantado em seu coração as sementes da devoção e da obediência. Eliabe cresceu ouvindo as histórias dos grandes feitos de Deus: a libertação do Egito, a travessia do Mar Vermelho e a conquista da Terra Prometida. Essas narrativas moldaram sua fé, e ele decidiu consagrar sua vida ao louvor do Altíssimo.

Todas as manhãs, antes do sol raiar, Eliabe subia ao monte próximo à aldeia para orar e cantar louvores. Ele levava consigo uma harpa simples, feita de madeira de oliveira, e suas mãos habilidosas extraíam melodias que pareciam ecoar a voz do próprio céu. Seus cânticos eram cheios de gratidão, pois ele reconhecia que cada dia era um presente do Senhor. “Bom é render graças ao Senhor e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo”, ele entoava, repetindo as palavras do Salmo 92.

A vida de Eliabe não era isenta de desafios. A aldeia enfrentava períodos de seca, e as colheitas nem sempre eram abundantes. Havia também inimigos ao redor, povos que cobiçavam as terras férteis de Israel. No entanto, Eliabe mantinha-se firme em sua fé. Ele sabia que o Senhor era a sua fortaleza e que, mesmo nas tempestades, Deus estava no controle. “Anunciar de manhã a Tua misericórdia e, durante as noites, a Tua fidelidade”, era o refrão que ele repetia em seus momentos de oração.

Um dia, uma grande tribulação atingiu a aldeia. Um grupo de saqueadores invadiu as terras, queimando plantações e levando consigo o gado. Muitos dos moradores, desesperados, questionavam a bondade de Deus. “Por que o Senhor permitiu que isso acontecesse?”, perguntavam uns aos outros. Eliabe, porém, permaneceu firme. Ele reuniu o povo e disse: “Não deixemos que o medo e a dúvida tomem conta de nossos corações. O Senhor é justo e fiel. Ele não nos abandonará.”

Naquela noite, enquanto todos dormiam, Eliabe subiu ao monte e prostrou-se diante do Senhor. Ele clamou por orientação e proteção, e em sua oração, lembrou-se das palavras do Salmo 92: “Os Teus inimigos, Senhor, perecerão; todos os malfeitores serão dispersos.” Com o coração cheio de confiança, ele adormeceu sob as estrelas, confiando no cuidado divino.

No dia seguinte, algo extraordinário aconteceu. Um grupo de soldados enviados pelo rei de Israel chegou à aldeia. Eles haviam sido alertados sobre os saqueadores e vieram para protegê-los. Os inimigos, ao verem a força do exército, fugiram apavorados. A aldeia foi salva, e o povo reconheceu a mão de Deus naquele livramento.

Eliabe, com lágrimas nos olhos, reuniu todos para um grande culto de ação de graças. Ele tocou sua harpa e cantou: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus.” O povo, unido em louvor, sentiu a presença do Senhor entre eles, renovando suas forças e sua esperança.

Os anos se passaram, e Eliabe envelheceu. Sua barba tornou-se branca como a neve, mas sua fé permaneceu tão viva quanto no início. Ele continuava a subir ao monte todas as manhãs, agora acompanhado por seus filhos e netos. Ele ensinava-lhes a importância de louvar a Deus em todos os momentos, tanto nas alegrias quanto nas tribulações. “O Senhor é reto; Ele é a minha rocha, e não há injustiça nEle”, dizia ele, repetindo as palavras do salmo que tanto amava.

No final de sua vida, Eliabe reuniu sua família ao redor de sua cama. Com voz suave, mas cheia de convicção, ele disse: “Meus amados, nunca se esqueçam de que o Senhor é fiel. Ele nos sustenta em todos os dias de nossa vida. Mesmo quando não entendemos os Seus caminhos, podemos confiar nEle, pois Ele é bom e justo.” E, com um último suspiro, Eliabe partiu para estar com o Senhor, deixando um legado de fé e louvor que ecoaria por gerações.

Assim, a vida de Eliabe tornou-se um testemunho vivo do Salmo 92. Ele floresceu como a palmeira, cresceu como o cedro do Líbano, e sua fé permaneceu firme até o fim. E, como o salmo proclama, “para anunciar que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e não há injustiça nEle.” A história de Eliabe nos lembra que, em meio às lutas e incertezas da vida, o louvor e a gratidão são a chave para experimentar a fidelidade e a bondade de Deus.