**O Anjo e o Livrinho: A Revelação do Mistério Divino**

Naquele tempo, quando os céus pareciam se dobrar sob o peso da glória de Deus, vi descer do firmamento um anjo poderoso, envolto em uma nuvem resplandecente. Seu rosto brilhava como o sol em seu fulgor do meio-dia, e seus pés eram como colunas de fogo, incendiando tudo ao seu redor com a pureza da santidade divina. Ele trazia na mão um livrinho aberto, pequeno em tamanho, mas infinito em significado, e colocou o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra, como quem domina toda a criação sob a autoridade do Altíssimo.

Então o anjo levantou a voz, e seu clamor ecoou como o rugido de um leão, fazendo tremer os fundamentos do céu e da terra. Sete trovões responderam ao seu chamado, trovejando com vozes majestosas que ecoavam mistérios celestiais. Eu, João, prostrei-me para escrever o que ouvia, mas uma voz do céu me ordenou:

— *Sela o que os sete trovões falaram e não o escrevas!*

O anjo, então, ergueu a mão para o céu e jurou por Aquele que vive para todo o sempre, o Criador dos céus, da terra e do mar, e de tudo o que neles há:

— *Não haverá mais demora! Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, se cumprirá o mistério de Deus, como anunciou aos seus servos, os profetas.*

A voz do anjo ecoou como um trovão, e meu coração ardia dentro de mim, pois compreendi que os tempos estavam se consumando. Então, a mesma voz que antes me ordenara calar, agora me chamou:

— *Vai, toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra.*

Aproximei-me do anjo e disse-lhe:

— *Dá-me o livrinho.*

Ele me olhou com olhos que penetravam a alma e respondeu:

— *Toma-o e come-o; ele será amargo ao teu estômago, mas na tua boca será doce como mel.*

Estendi a mão e peguei o livrinho. Assim que o levei à boca, senti uma doçura indescritível, como se todas as promessas de Deus se cumprissem em meu paladar. Mas, quando o engoli, meu estômago se encheu de amargura, como se o peso dos juízos divinos repousasse sobre mim.

Então o anjo me disse:

— *É necessário que profetizes outra vez a muitos povos, nações, línguas e reis.*

E assim, o mistério que fora selado começou a se revelar em meu espírito. A doçura da Palavra trazia consigo a amargura da verdade, pois o tempo estava próximo, e os desígnios de Deus se cumpririam sem demora.

E eu, João, entendi que aquele livrinho era a chave dos últimos tempos, um chamado ao arrependimento e um aviso solene de que o Senhor não tardaria. A terra tremeria, os céus se abalariam, mas os fiéis seriam guardados, pois o mistério de Deus estava prestes a se revelar em glória.

E assim, com o sabor do mel e do fel em minha boca, levantei-me para proclamar: *O tempo está próximo. Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está às portas!*