Bíblia em Contos

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A Ressurreição de Jesus: O Sepulcro Vazio e a Fé Renovada

**O Sepulcro Vazio e a Glória da Ressurreição**

Na madrugada do primeiro dia da semana, quando o sol ainda não havia despontado sobre Jerusalém, Maria Madalena caminhava apressadamente pelas ruas silenciosas da cidade. O aroma fresco do orvalho matinal misturava-se ao cheiro de terra molhada, e o canto distante de um galo anunciava a aproximação da aurora. Seu coração estava pesado, pois desde a crucificação de Jesus, a tristeza a consumia. Agora, ela e outras mulheres vinham ao sepulcro para ungir o corpo do Mestre com especiarias aromáticas, conforme o costume judaico.

Ao chegar ao jardim onde o túmulo estava escavado na rocha, Maria parou abruptamente. A grande pedra que selava a entrada havia sido removida! Seus olhos se arregalaram de espanto, e um frio percorreu sua espinha. Correndo de volta, encontrou Pedro e João, que ainda estavam abatidos pela dor da perda.

— “Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram!” — exclamou, sua voz tremendo de angústia.

Sem hesitar, os dois discípulos saíram em disparada. João, mais jovem, chegou primeiro, curvando-se para olhar dentro da caverna escura. Os lençóis de linho que envolveram Jesus estavam ali, cuidadosamente dobrados, mas o corpo não estava. Pedro, chegando logo atrás, entrou no sepulcro e viu não apenas os panos, mas também o lenço que cobrira o rosto de Jesus, enrolado em um lugar à parte. Algo extraordinário havia acontecido.

João entrou então e, ao ver aquilo, a fé começou a arder em seu coração. As Escrituras que falavam da ressurreição do Filho de Deus ecoaram em sua mente, mas ainda era difícil compreender plenamente. Os dois voltaram para casa, perplexos, enquanto Maria permaneceu ali, suas lágrimas escorrendo pelo rosto.

Inclinando-se novamente para dentro do túmulo, ela viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus estivera, um à cabeceira e outro aos pés.

— “Mulher, por que choras?” — perguntaram eles.

— “Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde O colocaram” — respondeu, soluçando.

Nesse momento, ela se virou e viu um homem em pé. Era Jesus, mas ela não O reconheceu, pensando ser o jardineiro.

— “Mulher, por que choras? A quem procuras?” — perguntou Ele.

— “Senhor, se foste tu que O levaste, dize-me onde O puseste, e eu O levarei” — suplicou Maria, sua voz carregada de dor.

Então, Jesus a chamou pelo nome:

— “Maria!”

Ao ouvir aquela voz tão familiar, seu coração estremeceu. Ela se voltou rapidamente e exclamou em aramaico:

— “Rabôni!” (que significa Mestre).

Seus olhos se encheram de lágrimas de alegria, e ela se lançou para abraçá-Lo, mas Jesus disse suavemente:

— “Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Meu Pai. Mas vai a Meus irmãos e dize-lhes: ‘Subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus’.”

Maria Madalena correu então para onde os discípulos estavam reunidos, seu rosto agora radiante.

— “Vi o Senhor!” — anunciou, sua voz transbordando de júbilo.

Naquela mesma noite, enquanto os discípulos estavam trancados em uma casa por medo dos judeus, Jesus apareceu no meio deles, embora as portas estivessem fechadas. Seu corpo glorificado transcendia as limitações físicas, e Suas mãos e lado ainda traziam as marcas da crucificação.

— “Paz seja convosco!” — saudou Ele.

Os discípulos ficaram atônitos, pensando estar vendo um espírito, mas Jesus lhes mostrou as feridas e até comeu um pedaço de peixe assado para provar que não era uma aparição. Então, soprou sobre eles e disse:

— “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, serão retidos.”

Tomé, porém, não estava presente naquela ocasião. Quando os outros lhe contaram o ocorrido, ele duvidou, declarando:

— “Se eu não vir o sinal dos cravos em Suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não meter a mão no Seu lado, de modo algum acreditarei.”

Oito dias depois, Jesus apareceu novamente, desta vez com Tomé presente. Olhando diretamente para ele, disse:

— “Põe aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; chega a tua mão e mete-a no Meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente.”

Tomé, sobrepujado pela divina presença, caiu de joelhos e exclamou:

— “Senhor meu e Deus meu!”

Jesus então proferiu palavras que ecoariam através dos séculos:

— “Porque Me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.”

Assim, a ressurreição de Jesus não foi apenas um evento histórico, mas o alicerce da fé cristã. Ele venceu a morte, confirmou Sua divindade e deixou uma promessa eterna: que aqueles que cressem nEle, mesmo sem O ver, teriam vida em Seu nome.

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