**O Grande Avivamento sob o Reinado de Ezequias**
Nos tempos antigos de Judá, quando a nação estava mergulhada na idolatria e no pecado, subiu ao trono um rei que faria tremer os alicerces da injustiça e reacenderia a chama da devoção a Yahweh. Seu nome era Ezequias, filho de Acaz, um homem que, diferentemente de seu pai, “fez o que era reto aos olhos do Senhor, segundo tudo o que fizera Davi, seu antepassado” (2 Crônicas 29:2).
Ezequias tinha apenas vinte e cinco anos quando começou a reinar, mas seu coração já ardia com um zelo incomum pela casa de Deus. Ele via os portões do templo fechados, os altares pagãos erguidos em cada esquina de Jerusalém, e o povo curvado diante de ídolos mudos. A corrupção espiritual era tão profunda que até mesmo os sacerdotes e levitas haviam negligenciado seus deveres sagrados. Mas Ezequias não toleraria tal abominação.
No primeiro mês do seu reinado, ele convocou os sacerdotes e levitas para uma reunião solene no pátio do templo. Sob o céu aberto, com o vento soprando suavemente sobre as vestes brancas dos servos de Deus, o rei ergueu sua voz com autoridade:
— Escutem-me, levitas! Santifiquem-se agora e santifiquem a casa do Senhor, o Deus de nossos pais! Removam toda a imundície do lugar santo!
Seus olhos brilhavam com determinação enquanto lembrava a eles das consequências da infidelidade de Judá:
— Pois nossos pais foram infiéis e fizeram o que era mau perante o Senhor, abandonando-O e desviando seus rostos da habitação do Senhor. Por isso, a ira de Yahweh caiu sobre Judá e Jerusalém, e eles se tornaram objeto de horror, como vocês mesmos veem.
Os levitas, tocados pelas palavras do rei, não perderam tempo. Sob a liderança dos chefes Maateias, Zacarias e Jeiel, eles se purificaram ritualmente e, munidos de pás, vasos e tochas, adentraram o templo que havia sido negligenciado por anos. A sujeira acumulada, as teias de aranha e os restos de sacrifícios profanos enchiam o ar com um cheiro de abandono. Trabalhando dia e noite, eles carregaram para fora toda a imundície e a lançaram no vale de Cedrom, onde as águas do ribeiro a levariam para longe, simbolizando o afastamento do pecado.
Depois de oito dias de trabalho intenso, todo o templo estava limpo. No décimo sexto dia do primeiro mês, os levitas relataram a Ezequias:
— Purificamos toda a casa do Senhor, o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a mesa dos pães da proposição com todos os seus objetos. Todos os utensílios que o rei Acaz, em sua infidelidade, havia profanado, foram restaurados e santificados.
Ezequias, com o coração transbordando de alegria, levantou-se antes do amanhecer e reuniu os líderes da cidade. Juntos, subiram ao templo para restaurar a verdadeira adoração. O rei ordenou que os sacerdotes oferecessem sacrifícios de expiação por todo o povo de Judá, pois ele entendia que somente o sangue derramado poderia purificar a nação de seus pecados.
Os holocaustos foram preparados—touros, carneiros e cordeiros—e enquanto o fogo consumia as ofertas, os levitas, vestidos de linho fino, tocavam címbalos, harpas e trombetas, enquanto os cantores entoavam louvores a Yahweh, acompanhados pelas palavras de Davi e de Asafe. A música ecoava pelas colinas de Jerusalém, e a glória do Senhor encheu o lugar de tal forma que muitos caíram de joelhos, com os rostos no chão, em adoração.
Ezequias, vendo o fervor do povo, estendeu a celebração por mais sete dias. Durante esse tempo, multidões trouxeram ofertas voluntárias, e os sacerdotes trabalharam sem cessar para oferecer os sacrifícios. A alegria era tão grande que não se via nada igual desde os dias de Salomão.
No final da celebração, o povo saiu pelas ruas de Jerusalém cheios de júbilo, pois Deus havia operado uma grande transformação em seus corações. A idolatria foi quebrada, e Judá, mesmo por um tempo, voltou-se novamente para o Senhor.
E assim, sob o reinado de Ezequias, Judá experimentou um poderoso avivamento—um lembrete eterno de que, quando o coração de um líder se volta completamente para Deus, toda uma nação pode ser transformada.