**O Trono do Deus Santo**
Nos tempos antigos, quando as nações ainda se curvavam diante de ídolos de madeira e pedra, o Senhor reinava com majestade incontestável. Seu trono estava firmado sobre os querubins, seres celestiais cujas asas resplandeciam como ouro sob a luz do sol eterno. A terra tremia diante dEle, e os montes se derretiam como cera ao toque de Sua santidade.
Num pequeno vilarejo nos arredores de Jerusalém, um homem chamado Eliabe, ancião e justo, reunia-se todas as manhãs com os moradores para contar as maravilhas do Senhor. Ele lembrava ao povo como Moisés e Arão haviam sido escolhidos por Deus para guiar Israel, e como Samuel clamava ao Eterno, e Ele respondia com fogo do céu.
—”O nosso Deus é santo!” — bradava Eliabe, erguendo as mãos enrugadas. —”Ele ama a justiça e estabelece a equidade. Em Sua presença, não há engano que se sustente!”
E, de fato, o povo via os sinais. Certa vez, quando os filisteus tentaram invadir as terras de Judá, uma tempestade como nunca se vira surgiu do nada. Raios cortavam os céus em direção aos inimigos, e trovões ecoavam como a voz do próprio Senhor, declarando Seu domínio sobre todas as nações. Os guerreiros filisteus, antes arrogantes, fugiram em terror, deixando para trás suas espadas e escudos.
Naquele mesmo dia, o sumo sacerdote em Jerusalém ofereceu sacrifícios de gratidão no altar do templo. O incenso subia em colunas perfumadas, misturando-se com os cânticos dos levitas, que entoavam:
—”Exaltai ao Senhor, nosso Deus! Prostrai-vos diante do escabelo de Seus pés, pois Ele é santo!”
E o povo se curvava, não por medo, mas por amor. Pois sabiam que, embora Deus fosse tremendo em santidade, Ele também era misericordioso. Lembravam-se de como perdoara Israel no deserto, mesmo depois da idolatria do bezerro de ouro. Lembravam-se de como respondera às orações de Davi, restaurando-lhe a alegria depois do pecado.
Ao anoitecer, as famílias se reuniam em suas casas e partilhavam pão, azeitonas e vinho, enquanto os mais velhos contavam aos pequenos:
—”O Senhor reina! Que os povos estremeçam! Ele está entronizado acima de todos, e ainda assim Se inclina para ouvir o clamor dos humildes.”
E assim, geração após geração, o Salmo 99 não era apenas um canto, mas uma realidade viva. Porque o Deus que governava os céus também caminhava com Seu povo, santo, justo e compassivo — o Rei de toda a terra.