**A Reconstrução dos Muros e a Oposição dos Inimigos**
Nos dias em que Neemias, copeiro do rei Artaxerxes, recebeu a permissão para voltar a Jerusalém e reconstruir os muros da cidade, o povo de Judá estava em grande aflição. As muralhas estavam em ruínas, e os portões, consumidos pelo fogo. A notícia da desgraça de Jerusalém havia chegado até Susã, onde Neemias servia, e seu coração se quebrantou. Ele chorou, jejuou e orou ao Deus dos céus, suplicando por misericórdia.
Com a bênção do rei e cartas de autorização, Neemias partiu para Jerusalém. Ao chegar, inspecionou secretamente os muros à noite, montado em um jumento, observando cada pedaço de pedra desmoronada, cada torre que já não existia. Seu coração ardia com um propósito santo: levantar novamente as defesas da Cidade Santa.
Reunindo os sacerdotes, os nobres e o povo, Neemias declarou:
— Vejam a situação em que estamos! Jerusalém está em ruínas, e seus portões, queimados. Vamos reconstruir os muros e não seremos mais um opróbrio!
O povo, animado por suas palavras, respondeu com coragem:
— Sim, vamos começar a obra!
E assim, cada família se encarregou de uma parte do muro. Os sacerdotes trabalharam perto do Templo, os ourives junto ao Portão do Peixe, e os moradores de Tecoa consertaram uma grande seção. As mulheres também se juntaram ao trabalho, demonstrando que a reconstrução era uma causa de todos.
**A Ira dos Inimigos**
Mas nem todos se alegraram com a obra. Sambalate, o horonita, e Tobias, o amonita, ficaram furiosos ao saber que os judeus estavam reconstruindo. Eles zombaram:
— O que esses fracos judeus estão fazendo? Acham que podem reviver as pedras queimadas? Se uma raposa subir nesse muro, ele cairá!
Neemias, porém, não se abalou. Erguendo os olhos aos céus, orou:
— Ó Deus, ouve como somos insultados! Faze cair o opróbrio sobre a cabeça deles!
E o povo continuou trabalhando, unido como um só homem.
**Ameaças e Estratégias de Defesa**
Quando os inimigos viram que os muros subiam rapidamente, ficaram ainda mais irados. Sambalate, Tobias, os árabes, os amonitas e os asdoditas conspiraram para atacar Jerusalém e causar confusão.
Alguns judeus que viviam perto deles vieram e avisaram:
— Eles estão vindo de todos os lados!
Neemias agiu com sabedoria. Organizou guardas dia e noite, posicionando homens armados atrás dos muros mais baixos. Levantou o ânimo do povo, dizendo:
— Não temam! Lembrem-se do Senhor, grande e temível, e lutem por suas famílias e por suas casas!
Os trabalhadores agora carregavam uma ferramenta numa mão e uma espada na outra. Os construtores mantinham suas armas ao lado, prontos para a batalha. Neemias também ordenou que um homem ficasse ao seu lado tocando a trombeta, para soar o alarme caso houvesse um ataque.
**Perseverança na Obra**
Mesmo sob ameaça, a obra não parou. Os trabalhadores dormiam vestidos, prontos para agir a qualquer momento. Neemias e seus irmãos não tiraram suas roupas, nem mesmo para se lavar, mantendo-se vigilantes.
E assim, com fé e coragem, o muro foi reconstruído até a metade de sua altura, pois o povo trabalhava com todo o coração.
**A Justiça de Deus**
Os inimigos, ao perceberem que seu plano de intimidação havia falhado, ficaram humilhados. Eles souberam que Deus estava com o Seu povo e que não poderiam vencer.
Neemias, porém, não baixou a guarda. Ele continuou a liderar com firmeza, assegurando que nenhum ataque surpresa ocorresse. E o Senhor protegeu Jerusalém, frustrando os desígnios dos adversários.
**Conclusão**
Assim, com oração, trabalho árduo e vigilância, os muros de Jerusalém foram restaurados. O povo de Deus havia superado a oposição porque confiou nAquele que é maior do que qualquer inimigo.
E Neemias, servo fiel, mostrou que quando o Senhor está no comando, nenhum obstáculo é grande demais para aqueles que creem.