Bíblia em Contos

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**A Chegada de Paulo a Roma: Fidelidade de Deus na Jornada** (96 caracteres)

**A Chegada a Roma: A Fidelidade de Deus na Jornada de Paulo**

O navio cortava as águas agitadas do Mar Mediterrâneo, levando consigo um homem que, mesmo acorrentado, carregava uma liberdade maior do que qualquer soldado romano poderia entender. Paulo, o prisioneiro de Cristo, olhava para o horizonte enquanto os ventos sopravam contra seu rosto marcado por anos de viagens, perseguições e milagres. Após o naufrágio em Malta e meses de espera, finalmente estavam próximos de Roma, a capital do Império que ele tanto desejava alcançar—não como conquistador, mas como mensageiro do Rei dos reis.

Quando avistaram a costa italiana, um murmúrio de alívio percorreu a tripulação. Os soldados romanos, responsáveis por custodiar Paulo e outros prisioneiros, apertaram as algemas, mas o apóstolo não demonstrava ansiedade. Ele sabia que aquela viagem não era simplesmente uma transferência penal—era o cumprimento de uma promessa divina. Anos antes, em Jerusalém, o Senhor lhe dissera: *”Coragem! Assim como testemunhaste a meu respeito em Jerusalém, deverás fazê-lo também em Roma.”* (Atos 23:11). E agora, ali estava ele, prestes a entrar na cidade mais poderosa do mundo, não como prisioneiro do César, mas como embaixador do Céu.

**Encontro com os Irmãos em Pútioli**

Antes de seguir para Roma, o navio ancorou em Pútioli, um movimentado porto comercial. Para surpresa de Paulo, havia ali discípulos de Cristo—irmãos na fé que, ao saberem de sua chegada, vieram ao seu encontro com abraços e lágrimas. Apesar das correntes, Paulo sentiu-se em casa. Aqueles rostos familiares na fé eram um lembrete de que, mesmo em terras distantes, a família de Deus nunca estava dispersa.

Os soldados permitiram que ele ficasse sete dias com os irmãos antes de continuar a viagem. Durante aquela semana, Paulo compartilhou histórias de suas viagens, dos milagres que testemunhara e das perseguições que sofrera. Os crentes de Pútioli, por sua vez, encorajaram-no com orações e promessas de intercessão. Era como se o Espírito Santo preparasse seu coração para o que estava por vir.

**A Caminho de Roma: Um Prisioneiro Cercado de Honra**

A notícia da chegada de Paulo se espalhou rapidamente. Quando ele e os soldados partiram de Pútioli rumo a Roma, um grupo de irmãos saiu da capital para encontrá-lo no Fórum de Ápio e nas Três Vendas—locais famosos por serem pontos de parada para viajantes. Ao ver aqueles rostos ansiosos por encorajá-lo, Paulo encheu-se de gratidão. Ali, em meio a estrangeiros e soldados pagãos, ele via a igreja viva, a prova de que o Evangelho não estava acorrentado.

Ao entrar em Roma, Paulo foi entregue ao comandante da guarda imperial. Por ser um cidadão romano e não ter acusações graves contra si, ele teve permissão para alugar uma casa e viver sob custódia militar, com um soldado sempre vigiando-o. Mas, para Paulo, aquilo não era uma prisão—era uma oportunidade.

**Pregando na Capital do Mundo**

Três dias após sua chegada, Paulo convocou os líderes dos judeus em Roma. Ele queria falar com eles antes que rumores distorcidos chegassem aos seus ouvidos. Quando se reuniram em sua casa, ele explicou:

— Irmãos, embora eu não tenha feito nada contra o nosso povo ou contra os costumes dos nossos antepassados, fui preso em Jerusalém e entregue aos romanos. Eles me interrogaram e quiseram me soltar, pois não encontraram em mim nenhum crime digno de morte. Mas, como os judeus se opuseram, fui obrigado a apelar para César—não, porém, porque tenha alguma acusação contra o meu povo. Por esta razão, pedi para vê-los e conversar, pois é por causa da esperança de Israel que estou preso com estas correntes.

Os líderes judeus olharam uns para os outros. Alguns já tinham ouvido falar da “seita” dos nazarenos, mas nenhuma acusação formal contra Paulo havia chegado até eles.

— Não recebemos nenhuma carta da Judeia a seu respeito, nem nenhum dos nossos irmãos que vieram de lá falou mal de você—responderam. — Mas gostaríamos de ouvir o que você pensa, pois sabemos que por toda parte se fala contra esta seita.

**Dois Anos de Ministério entre Correntes e Liberdade**

Marcaram então um novo encontro. No dia determinado, muitos judeus vieram à casa de Paulo. Desde a manhã até o anoitecer, ele lhes pregou o Reino de Deus, dando testemunho de Jesus a partir da Lei de Moisés e dos Profetas. Alguns creram; outros se recusaram a aceitar suas palavras.

Ao final do dia, vendo a divisão entre eles, Paulo citou as palavras do profeta Isaías:

— *”Vão a este povo e digam: ‘Por mais que vocês ouçam, jamais entenderão; por mais que vejam, jamais perceberam. Pois o coração deste povo se tornou insensível; eles taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos. Assim, não verão com os olhos, não ouvirão com os ouvidos, não entenderão com o coração e não se converterão para que eu os cure.’”* (Isaías 6:9-10).

Em seguida, declarou com firmeza:

— Saibam, pois, que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão!

E assim foi. Nos dois anos seguintes, Paulo permaneceu em Roma, recebendo todos os que vinham até ele—judeus e gentios, nobres e escravos, soldados e filósofos. Ele pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo com toda a intrepidez, sem impedimento algum.

Enquanto isso, as correntes balançavam em seus pulsos, mas a Palavra de Deus não estava algemada. Pelo contrário, ela avançava, transformando corações até nos lugares mais improváveis. E assim, mesmo em meio à aparente limitação, o Evangelho triunfava, provando mais uma vez que os planos de Deus jamais falham.

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