**O Banquete do Sábio: Uma História Baseada em Provérbios 23**

Era uma vez, na antiga cidade de Jerusalém, um jovem chamado Eliabe, cujo coração estava cheio de curiosidade e um desejo profundo por sabedoria. Ele havia crescido ouvindo os ensinamentos de seu pai, um homem temente a Deus, que sempre citava os provérbios do rei Salomão. Certo dia, enquanto caminhava pelas ruas de pedra da cidade, Eliabe foi convidado por um homem rico e influente chamado Naamã para um grande banquete em sua mansão.

A casa de Naamã era imponente, com colunas de mármore e cortinas bordadas a ouro. As mesas estavam repletas de iguarias: carne de cordeiros assados, pães de mel, frutas raras e vinho servido em taças de prata. Muitos convidados se ajuntaram, e a atmosfera era de alegria e abundância. Porém, enquanto Eliabe observava tudo, lembrou-se das palavras de Provérbios 23:

*”Quando te assentares a comer com um governante, atenta bem para o que está diante de ti; e põe uma faca à tua garganta, se és homem dado ao apetite. Não cobices os seus manjares gostosos, porque é comida enganadora.”*

Eliabe percebeu que, embora a mesa fosse farta, havia algo estranho no comportamento de Naamã. O anfitrião sorria, mas seus olhos eram calculistas. Ele oferecia comida e vinho em excesso, quase insistindo para que todos comessem até não aguentarem mais. Alguns convidados já estavam cambaleando, embriagados, enquanto outros se empanturravam sem moderação.

Foi então que Eliabe notou um velho sábio sentado à mesa, um homem de barba branca e olhos serenos, que comia com moderação e não se deixava levar pelo excesso. Aproximando-se dele, Eliabe perguntou em voz baixa:

— Por que o senhor não se entrega aos banquetes como os outros?

O sábio sorriu e respondeu:

— Filho, o alimento do ímpio pode encher o estômago, mas não alimenta a alma. O vinho em excesso embriaga o corpo e nubla a mente. Lembre-se: *”Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente; no fim, picará como a cobra e como o víbora ferroará.”*

Eliabe entendeu a lição. Enquanto os outros se perdiam na gula e na embriaguez, ele decidiu comer com moderação, agradecendo a Deus pelo sustento, mas sem se deixar dominar pelos prazeres passageiros.

No final da noite, quando os convidados se dispersaram, alguns tropeçando, outros rindo sem controle, Naamã chamou Eliabe e disse com um sorriso astuto:

— Você foi o único que não se rendeu aos meus banquetes. Por quê?

Eliabe, com respeito, respondeu:

— Porque aprendi que há um banquete maior, aquele que o Senhor prepara para os que O temem. A verdadeira riqueza não está na mesa dos homens, mas na sabedoria que vem do Alto.

Naamã ficou surpreso com a resposta, mas não disse mais nada. Naquela noite, enquanto caminhava de volta para casa sob o céu estrelado, Eliabe meditou nas palavras do sábio e nos provérbios de Salomão. Ele compreendeu que a verdadeira abundância não está no excesso, mas no contentamento e no temor a Deus.

E assim, o jovem Eliabe cresceu em sabedoria, lembrando sempre: *”Compre a verdade e não a venda; compre a sabedoria, a instrução e o entendimento.”* (Provérbios 23:23).

**Fim.**