**A Profecia Contra o Egito: O Dia da Tempestade**
No trigésimo ano, no quinto dia do quarto mês, enquanto eu, Ezequiel, estava entre os exilados junto ao rio Quebar, os céus se abriram mais uma vez, e a mão do Senhor veio sobre mim com poder. O Espírito me levantou e me trouxe uma visão terrível e solene, uma mensagem de juízo contra o Egito, a grande nação que outrora fora um bastião de poder, mas que agora seria humilhada diante do Todo-Poderoso.
O Senhor me disse:
— Filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor Deus: “Uivai! Ai do dia! Porque o dia está próximo, sim, o dia do Senhor está próximo; dia de nuvens, tempo de angústia para as nações. Virá a espada contra o Egito, e haverá tremor na Etiópia, quando os mortos caírem no Egito, quando sua riqueza for levada e seus fundamentos forem destruídos.”
E eu vi, em minha visão, as águas do Nilo, outrora caudalosas e vivificantes, tornando-se vermelhas como sangue. Os peixes morriam, e o cheiro de podridão subia até os céus. Os pescadores lamentavam, pois não havia mais sustento. Os campos que dependiam das cheias do grande rio agora secavam, e a fome se espalhava como sombra ao entardecer.
O Senhor continuou:
— A espada de Nabucodonosor, rei da Babilônia, virá contra o Egito. Seus valentes serão derrubados, e o orgulho de seu poder será quebrado. Desde Migdol até Sevene, cairão pela espada. As cidades fortificadas serão reduzidas a ruínas, e a terra ficará desolada por quarenta anos. Espalharei os egípcios entre as nações e os dispersarei pelas terras.
Em minha visão, vi os deuses do Egito tremendo em seus santuários. Rá, o deus-sol, cobria seu rosto. Ísis chorava, pois seu poder nada podia contra o juízo do Deus vivo. Faraó, que se considerava divino, agora via seu exército perecer como palha ao vento. Seus carros de guerra, outrora temidos, eram como cascas vazias, incapazes de resistir ao furor do Senhor.
E o Senhor me fez ver mais:
— Quebrará os braços de Faraó, e ele gemerá diante dele como um homem ferido de morte. Fortalelecerei os braços do rei da Babilônia, e ele brandirá sua espada contra o Egito. Então saberão que Eu sou o Senhor, quando eu puser a minha espada na mão de Nabucodonosor e ele a estender contra a terra do Egito.
E assim aconteceu. Nabucodonosor avançou como tempestade do norte. Suas legiões invadiram as fronteiras, e os egípcios, acostumados à glória de outrora, viram-se impotentes. As muralhas de Mênfis ruíram. Tebas, a cidade das cem portas, foi saqueada. O ouro e a prata, acumulados por séculos, foram levados como despojo.
E o povo de Judá, que outrora buscara aliança com o Egito em vez de confiar no Senhor, viu que os braços humanos são como caniços quebrados—perfuravam as mãos de quem neles se apoiava.
No final, restou apenas o silêncio sobre as ruínas do Egito. E então, todos souberam que só o Senhor é Deus, e não há outro além dEle.
Assim cumpriu-se a palavra do Senhor por meio de Ezequiel, o profeta, para que todas as nações conhecessem o poder e a soberania do Deus de Israel.