**O Cântico da Nova Criação**

Num tempo além dos tempos, quando os céus ainda sussurravam os segredos da eternidade, o Senhor decidiu manifestar sua salvação de um modo jamais visto. O Salmo 98 ecoava como um hino celestial, anunciando que o Senhor fizera maravilhas e revelara sua justiça às nações. E assim, a história se desenrolou…

Na pequena aldeia de Belém, sob um céu pintado de estrelas, um velho pastor chamado Eliab guardava seu rebanho. Seus olhos, cansados pelos anos, ainda brilhavam com a chama da fé. Naquela noite, enquanto as ovelhas repousavam, ele ouviu um som distante—não como o vento, mas como uma melodia que parecia vir da própria terra.

—”O que é isso?”— murmurou Eliab, levantando-se devagar.

E então, como se os montes estivessem cantando, a terra começou a tremer suavemente, não com medo, mas com alegria. Os rios, que antes murmuravam, agora bradavam em coro. O Jordão elevou suas águas como mãos em louvor, e o mar Mediterrâneo rugiu como um leão em festa. Toda a criação parecia entender: o Senhor viera para trazer salvação!

Enquanto isso, em Jerusalém, o profeta Natã acordou sobressaltado. O Espírito do Senhor o envolveu, e ele correu para o Templo. Lá, diante do altar, ele caiu de joelhos quando uma voz ecoou:

—”Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez coisas grandiosas! Sua mão direita e seu braço santo lhe alcançaram a vitória!”

Natã não conteve as lágrimas. Ele sabia—o Messias estava chegando.

De volta aos campos, Eliab viu uma luz dourada surgir no horizonte. Não era o sol, mas algo mais glorioso. Um anjo desceu, envolto em esplendor, e proclamou:

—”Não temas, pois eis que trago novas de grande alegria: o Salvador nasceu hoje em Belém!”

Eliab, tremendo, reuniu os outros pastores. Juntos, correram até a manjedoura onde o Menino repousava. Ao vê-Lo, todos caíram em adoração. Os céus se abriram, e uma multidão de anjos cantou:

—”Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade!”

Anos depois, quando o mesmo Menino, agora Homem, pregava às margens do Mar da Galileia, os pescadores deixaram suas redes para segui-Lo. Ele curava os enfermos, acalmava as tempestades e, por fim, entregou Sua vida numa cruz. Mas no terceiro dia, a criação novamente exultou—as pedras clamaram, o véu do Templo se rasgou, e o túmulo não pôde retê-Lo.

Quando Jesus ressuscitou, os discípulos entenderam: o Salmo 98 se cumpria. A salvação não era só para Israel, mas para toda a humanidade.

E assim, até hoje, quando os ventos sopram sobre os montes e os rios correm em direção ao mar, a criação ainda sussurra o cântico da redenção. Porque o Senhor fez maravilhas, e seu amor permanece para sempre.

**Aleluia!**