A Humilhação dos Embaixadores e a Guerra Contra os Amonitas (Como o título já está em português brasileiro e dentro do limite de caracteres, apenas removi os asteriscos e formatei conforme solicitado.)
**A Humilhação dos Embaixadores e a Guerra Contra os Amonitas**
Nos dias em que Davi reinava sobre Israel, consolidando seu trono com justiça e temor ao Senhor, aconteceu que Naás, rei dos amonitas, faleceu. Seu filho Hanum ascendeu ao trono em seu lugar. Davi, lembrando-se da bondade que Naás lhe havia demonstrado em tempos passados, decidiu enviar uma delegação para consolar Hanum pela morte de seu pai.
Os mensageiros de Davi, homens honrados e de confiança, atravessaram as terras além do Jordão até chegarem à capital amonita, Rabá. Vestidos com trajes que refletiam a dignidade de Israel, adentraram os portões da cidade e foram conduzidos à presença do jovem rei. Com palavras ponderadas, expressaram as condolências de Davi, dizendo:
— O rei Davi, nosso senhor, envia suas sinceras condolências pela morte de teu pai, Naás. Que o Senhor te console neste tempo de luto.
Hanum, porém, não estava só. Os príncipes amonitas, homens astutos e desconfiados, sussurraram ao ouvido do rei:
— Achas que Davi enviou estes homens para te consolar? Não! Eles vieram espiar a cidade, para descobrir nossas fraquezas e preparar um ataque!
O coração de Hanum encheu-se de suspeita, e ele decidiu humilhar os embaixadores de Davi de maneira terrível. Ordenou que lhes raspassem metade da barba, símbolo de honra e dignidade entre os hebreus, e cortassem suas vestes até as nádegas, deixando-os expostos ao ridículo. Depois, expulsou-os da cidade com desprezo.
Quando os mensageiros chegaram a Jerusalém, sua vergonha era tão grande que não ousaram apresentar-se diante de Davi de imediato. O rei, ao saber do ocorrido, ficou profundamente indignado. Enviou mensageiros ao encontro deles, ordenando que permanecessem em Jericó até que suas barbas crescessem novamente, para que não carregassem publicamente a humilhação imposta pelos amonitas.
Enquanto isso, Hanum, percebendo que havia ofendido gravemente a Davi, preparou-se para a guerra. Contratou mercenários sírios de Bete-Reobe e de Zobá, vinte mil homens a pé, e do rei de Maacá, doze mil guerreiros. Além disso, recrutou homens de Tob, somando um exército formidável.
Quando as notícias chegaram a Davi, ele não hesitou. Confiando no Senhor, que sempre lutara por Israel, ordenou que Joabe, seu valente comandante, marchasse com todo o exército para enfrentar os amonitas e seus aliados.
Joabe, estrategista sagaz, dividiu suas forças. Escolheu os melhores soldados de Israel e os posicionou contra os sírios, enquanto o restante do exército, sob o comando de seu irmão Abisai, enfrentaria os amonitas. Antes da batalha, Joabe exortou seus homens:
— Sede corajosos e lutemos com bravura pelo nosso povo e pelas cidades de nosso Deus. Que o Senhor faça o que lhe parecer bem!
A batalha foi feroz. Os sírios, embora numerosos, não resistiram ao ímpio dos guerreiros de Israel e fugiram diante de Joabe. Vendo isso, os amonitas também recuaram, temendo a força de Abisai. Retiraram-se para dentro das muralhas de Rabá, abandonando o campo de batalha.
Os sírios, envergonhados pela derrota, reuniram um exército ainda maior, sob o comando de Hadadezer, rei de Zobá, que trouxe reforços além do rio Eufrates. Davi, percebendo a ameaça, reuniu todo o Israel, atravessou o Jordão e enfrentou-os em Helã.
Numa batalha épica, os israelitas desbarataram os sírios, matando setecentos condutores de carros e quarenta mil cavaleiros. O próprio Hadadezer foi ferido, e seus vassalos se submeteram a Davi. Os reis da Síria, vendo que não podiam resistir, buscaram a paz com Israel e tornaram-se seus servos.
Assim, os amonitas ficaram isolados, sem aliados, e Davi consolidou seu domínio sobre a região. A vitória foi dada pelo Senhor, que exaltou o nome de Israel e humilhou os que desprezaram a misericórdia do seu ungido.
E, a partir daquele dia, os amonitas souberam que não era sábio provocar o povo do Deus vivo.