Bíblia em Contos

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Bíblia

**Trabalho e Ordem: Paulo Ensina os Tessalonicenses** (98 caracteres, sem símbolos ou aspas)

**O Trabalho e a Ordem: A Exortação de Paulo aos Tessalonicenses**

Na cidade agitada de Tessalônica, onde o comércio florescia e as vozes dos pregadores ecoavam pelas ruas de paralelepípedos, a jovem igreja enfrentava um desafio inesperado. Alguns irmãos, tomados por um fervor mal direcionado, haviam abandonado seus afazeres cotidianos, convencidos de que a volta de Cristo era tão iminente que o trabalho secular não mais importava. Esses homens e mulheres vagavam pelas casas dos fiéis, dependendo da generosidade alheia, enquanto espalhavam rumores e inquietação.

Foi nesse contexto que o apóstolo Paulo, ainda em Corinto, recebeu notícias preocupantes sobre a comunidade que tanto amava. Sentado em uma simples cadeira de madeira, sob a luz tremeluzente de uma lamparina, ele ditou uma carta urgente ao seu fiel escriba, com o coração cheio de preocupação pastoral.

**”Irmãos, não vos canseis de fazer o bem,”** começou Paulo, sua voz firme, mas cheia de afeto. **”Ouvimos que alguns entre vós vivem desordenadamente, não trabalhando, mas intrometendo-se na vida alheia. A tais pessoas, ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão.”**

Paulo então relembrou sua própria estadia entre eles. Com palavras vívidas, descreveu como ele e seus companheiros, Silas e Timóteo, labutavam dia e noite, suando sobre o tear ou martelando couro em sua tenda de fabricação de barracas, para não serem pesados a ninguém. **”Não porque não tivéssemos direito a isso,”** explicou, **”mas para vos dar um exemplo a ser imitado.”**

A carta continuou com uma advertência solene: **”Se alguém não quer trabalhar, também não coma.”** As palavras ecoavam como um chamado à responsabilidade. Paulo não tolerava a ociosidade disfarçada de espiritualidade. A fé genuína, ele ensinava, não era um pretexto para a negligência, mas um impulso para a diligência e o serviço.

Mas o apóstolo também sabia que a disciplina deveria ser temperada com amor. **”Não o considereis como inimigo,”** aconselhou, **”mas admoestai-o como irmão.”** A igreja não deveria excluir os desobedientes, mas corrigi-los com paciência, na esperança de que se arrependessem.

Enquanto o rolo de papiro era enrolado e selado, as palavras de Paulo pareciam ganhar vida, pairando sobre Tessalônica como um chamado divino à ordem e à perseverança. Os líderes da igreja local, ao receberem a carta, reuniram os irmãos no pátio de uma casa simples, onde a luz do sol entrava por entre as colunas de pedra.

Um ancião, de cabelos grisalhos e mãos calejadas pelo trabalho, levantou-se e leu a mensagem em voz alta. Alguns dos ociosos baixaram a cabeça, envergonhados. Outros murmuravam, mas muitos, tocados pela verdade, decidiram mudar. Nos dias seguintes, o som de ferramentas e o burburinho do comércio voltaram a ser ouvidos entre os crentes, enquanto aprendiam que servir a Deus incluía honrar o trabalho e viver com integridade.

Assim, a igreja de Tessalônica cresceu não apenas em fervor espiritual, mas também em caráter, tornando-se um testemunho vivo de que a fé em Cristo não é desculpa para a desordem, mas a força que nos leva a viver de maneira digna, trabalhando com as próprias mãos e esperando, com paciência e ação, a gloriosa volta do Senhor.

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