**O Reino do Senhor: Uma História Baseada no Salmo 97**

Era uma vez, em um tempo distante, quando os céus ainda sussurravam os segredos da criação e a terra tremia diante da glória do Altíssimo, que o Senhor estabeleceu o Seu reino de justiça e poder. Os montes se derretiam como cera diante dEle, e os rios de alegria corriam pelos vales, anunciando que o Deus de Israel reinava sobre todas as coisas.

Naqueles dias, as nuvens e as trevas rodeavam o trono do Senhor, mas da Sua presença irrompia um fogo consumidor, que devorava os inimigos da verdade. Seus raios iluminavam o mundo, e a terra toda via a Sua glória. Os ídolos dos povos, feitos de prata e ouro, obras das mãos dos homens, caíam de seus altares, impotentes diante do esplendor do Único que é Santo. Os sacerdotes de Baal cobriam os rostos, envergonhados, e os adoradores de Astarote fugiam para as cavernas, pois sabiam que nenhuma mentira poderia subsistir onde o Senhor manifestava o Seu juízo.

Mas os justos, aqueles que amavam o Senhor e guardavam os Seus mandamentos, regozijavam-se. Suas vozes subiam como incenso, misturando-se ao canto dos anjos: *”Ó Senhor, Tu és exaltado acima de todos os deuses! A Tua justiça é como as grandes montanhas, e as Tuas misericórdias, mais profundas que os oceanos!”*

Havia entre o povo uma mulher chamada Débora, viúva e pobre de bens, mas rica em fé. Ela vivia nos arredores de Jerusalém, sustentando-se com o pouco que colhia do campo. Muitas vezes, os opressores tentavam tomar o que era seu, mas Débora confiava no Senhor. E em meio à escuridão que às vezes cobria a sua vida, ela lembrava das palavras do salmista: *”A luz já nasce para o justo, e a alegria, para os retos de coração.”*

Certa noite, quando as estrelas pareciam dançar nos céus e o vento trazia o aroma das oliveiras, Débora teve um sonho. Ela viu o Senhor assentado em um trono de fogo, e ao Seu redor, miríades de seres celestiais proclamavam: *”Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos!”* Então, uma voz ecoou, suave e ao mesmo tempo poderosa:

—Não temas, filha de Sião, pois Eu sou o teu escudo e a tua grande recompensa. Os que confiam em Mim jamais serão envergonhados.

Ao despertar, Débora sentiu uma paz que transcendia toda compreensão. Naquela mesma semana, um homem rico, tocado pelo Espírito do Senhor, veio até ela e disse:

—Débora, o Deus de Israel me ordenou que eu devolvesse a herdade que meu avô tomou injustamente da tua família.

E assim, a justiça do Senhor se cumpriu. A alegria de Débora transbordou, e ela ofereceu sacrifícios de gratidão no templo, louvando Aquele que faz com que *”os justos floresçam como a palmeira e cresçam como o cedro do Líbano.”*

Enquanto isso, nas terras distantes da Filístia, os reis que zombavam do Deus vivo começaram a tremer. Seus exércitos, outrora invencíveis, foram atingidos por pragas misteriosas. Seus navios naufragaram sem explicação, e suas riquezas se dissiparam como fumaça. Os sábios do Egito, ao ouvirem desses acontecimentos, declararam:

—Verdadeiramente, o Deus de Israel não é como os nossos deuses. Ele é o Criador dos céus e da terra, e não há quem possa resistir à Sua vontade.

E assim, o Salmo 97 se cumpria mais uma vez na história dos homens: *”Os que amam o Senhor odeiam o mal. Ele guarda a vida dos Seus santos e os livra das mãos dos ímpios.”*

Ao final dos dias, quando o sol se punha no horizonte dourado, os filhos de Israel se reuniam para cantar:

—Alegrai-vos no Senhor, ó justos, e dai graças ao Seu santo nome! Pois o Seu reino é eterno, e a Sua luz jamais se apagará!

E em cada coração que buscava a face do Senhor, o fogo do Seu amor ardia, iluminando o caminho dos que andavam na verdade. Porque, como está escrito, *”o Senhor reina! Exulte a terra e alegrem-se as muitas ilhas!”*

E assim, a glória dEle permanece para sempre.