Bíblia em Contos

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Bíblia

Here’s a concise and engaging title in Brazilian Portuguese (under 100 characters, no symbols or quotes): **A Rejeição de Israel ao Seu Rei Celestial** (96 characters, clear and faithful to the story’s theme.) Alternatively, for brevity: **Israel Rejeita o Rei dos Céus** (30 characters) Let me know if you’d like any adjustments!

**A Rejeição do Rei Celestial**

No calor abrasador do sol que incidia sobre as colinas de Ramá, o profeta Samuel caminhava com passos pesados, sua túnica desbotada pelo tempo e os ombros curvados sob o peso da idade. Seus cabelos brancos, outrora negros como as asas de um corvo, agora refletiam a luz do entardecer dourado. Ele havia jurado servir ao Senhor todos os dias de sua vida, guiando Israel com sabedoria e justiça. Mas hoje, seu coração estava partido.

Os anciãos de Israel haviam se reunido diante dele, seus rostos marcados pela preocupação e ambição. Homens de barbas grisalhas e olhos penetrantes, vestindo mantos bordados, aproximaram-se com uma petição que ecoou como um golpe no peito do velho profeta.

*”Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora, um rei para nos julgar, como o têm todas as nações.”*

As palavras caíram como pedras sobre Samuel. Seus próprios filhos, Joel e Abias, haviam se corrompido, aceitando subornos e pervertendo a justiça. Mas isso não justificava a rejeição do governo divino! O coração de Samuel doía, não apenas pela ingratidão, mas porque ele sabia o que isso significava: Israel estava trocando o Rei invisível que os libertara do Egito por um homem de carne e osso, sujeito às fraquezas humanas.

Naquela noite, Samuel prostrou-se diante do Senhor no tabernáculo, onde o aroma do incenso ainda pairava no ar. As chamas da lamparina de ouro tremulavam, lançando sombras dançantes sobre as cortinas de linho fino. E então, a voz de Deus ecoou em seu espírito, clara e solene:

*”Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te rejeitaram a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre eles.”*

O Senhor não se surpreendia. Desde os dias em que Israel clamara por carne no deserto, Ele conhecia o coração rebelde do seu povo. Mas permitiria que colhessem as consequências de sua escolha.

No dia seguinte, Samuel reuniu os anciãos e o povo na praça central, onde as crianças brincavam entre as poeiras levantadas pelos pés dos comerciantes. Com voz grave, ele advertiu:

*”Este será o direito do rei que reinará sobre vós: tomará vossos filhos para servirem em seus exércitos, vossas filhas para perfumistas e cozinheiras. Tomará os melhores campos, os melhores vinhedos, e os dará aos seus servos. Cobrará dízimos de vossas colheitas e rebanhos, e vós mesmos se tornarão seus servos. E no dia em que clamardes por causa do rei que escolhestes, o Senhor não vos ouvirá.”*

O povo, porém, não se moveu. Seus olhos brilhavam com a promessa de um líder visível, como os filisteus e amonitas possuíam. *”Não!*”, gritaram, *”mas teremos um rei sobre nós, para que também nós sejamos como todas as outras nações!”*

Samuel suspirou, sentindo o peso da história se inclinar para um caminho sombrio. Ainda assim, obedeceu. Sob as ordens de Deus, ele ungiu Saul, um homem alto e imponente da tribo de Benjamim, como o primeiro rei de Israel.

Mas naquele dia, enquanto o óleo escorria sobre a cabeça de Saul, uma verdade permanecia imutável: Israel havia trocado a luz da Shekinah por uma coroa terrena. E o céu, em silêncio, aguardava o dia em que eles aprenderiam que nenhum rei humano poderia substituir Aquele que os amava desde a fundação do mundo.

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