**O Selo das Profecias: A Revelação Final**

No último ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia, o profeta Daniel estava em seu aposento, prostrado em oração, quando uma luz divina irrompeu diante dele. O ar se encheu de um perfume celestial, e um anjo do Senhor, vestido de linho resplandecente, apareceu diante dele. Seus olhos brilhavam como tochas de fogo, e sua voz ecoava como o rugido de muitas águas.

— *Daniel, homem amado,* — disse o anjo, — *as palavras que te direi estão seladas até o tempo do fim. Muitos correrão de um lado para outro, e o conhecimento se multiplicará.*

Daniel sentiu um tremor percorrer seu corpo. Ele já havia recebido muitas visões, mas algo nesta mensagem era diferente—era solene, definitivo. O anjo ergueu as mãos para os céus e continuou:

— *Haverá um tempo de angústia como nunca houve desde que as nações existem. Mas, naquele tempo, o teu povo será salvo—todos os que estiverem inscritos no Livro da Vida.*

O coração de Daniel acelerou. Ele sabia que o povo de Israel ainda enfrentaria provações terríveis antes da redenção final. Mas o anjo não terminara.

— *Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha e o desprezo eterno. Os sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento, e os que converterem muitos à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente.*

Daniel sentiu um peso sobre seu espírito. Ele compreendia que falava da ressurreição—dos justos sendo recompensados e dos ímpios enfrentando o juízo. Mas havia mais.

— *Quanto a ti, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro até o tempo do fim. Muitos o esquadrinharão, e o conhecimento se multiplicará.*

O profeta, ainda atônito, perguntou:

— *Meu senhor, qual será o fim destas coisas?*

O anjo fixou nele um olhar penetrante e respondeu:

— *Segue o teu caminho, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até o tempo determinado. Muitos serão purificados, embranquecidos e provados, mas os ímpios procederão impiamente; nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão.*

E então, erguendo os braços, declarou:

— *Desde o tempo em que o sacrifício diário for tirado e a abominação desoladora for estabelecida, haverá mil duzentos e noventa dias. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias.*

Daniel não compreendeu plenamente os números, mas confiou na sabedoria de Deus. O anjo concluiu:

— *Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao final dos dias, te levantarás para receber a tua herança.*

E, assim como viera, o mensageiro celestial desapareceu, deixando Daniel imerso em profunda reflexão. O profeta sabia que suas visões não eram apenas para seu tempo, mas para gerações futuras—para os que buscariam a verdade nos últimos dias.

Com um suspiro, Daniel enrolou o pergaminho, selando-o com cuidado. Ele não viveria para ver o cumprimento de todas essas coisas, mas uma certeza ardia em seu coração: o Senhor era fiel, e Sua justiça prevaleceria.

E assim, o profeta se ajoelhou novamente, entregando o futuro nas mãos do Deus Eterno.