**O Cântico de Gratidão no Dia da Salvação**

Naquele dia, o sol nascia sobre as colinas de Judá com um brilho dourado, como se os próprios céus se alegrassem. O povo, outrora oprimido e temeroso, agora se reunia nos pátios do templo, seus rostos iluminados por uma alegria que só podia vir do Senhor. Era o dia em que as palavras do profeta Isaías se cumpriam: *”Naquele dia, vocês dirão: ‘Eu te louvo, ó Senhor! Apesar da tua ira, tu te afastaste dela e me consolaste’”* (Isaías 12:1).

Entre a multidão estava Ezequias, um homem simples, mas de coração temente a Deus. Ele se lembrava dos dias sombrios em que o inimigo avançava como uma tempestade, e o povo clamava em desespero. Mas agora, tudo havia mudado. O Senhor estendera Sua mão poderosa, e os exércitos que ameaçavam destruí-los haviam sido dissipados como palha ao vento.

Ezequias ergueu as mãos e começou a cantar, sua voz ecoando entre as colunas de mármore do templo:

— *”Eis que Deus é a minha salvação; terei confiança e não temerei, porque o Senhor é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação!”* (Isaías 12:2).

A multidão se uniu a ele, e logo centenas de vozes se elevaram em harmonia. As mulheres batiam palmas, os homens tocavam harpas e flautas, e até as crianças dançavam com ramos de oliveira em suas mãos. O ar estava impregnado do aroma de incenso e do perfume das ofertas queimadas no altar.

Ao lado de Ezequias, uma idosa chamada Débora, cujos olhos já estavam fracos pela idade, enxugou uma lágrima. Ela lembrava-se dos anos de angústia, quando o povo se afastara de Deus e colheu as consequências de sua rebeldia. Mas agora, o Senhor não apenas os resgatara, mas também lhes dera uma nova esperança.

— *”Com alegria vocês tirarão água das fontes da salvação!”* (Isaías 12:3), ela murmurou, repetindo as palavras do profeta.

E assim, o povo se aproximou das fontes que brotavam no vale, enchendo seus cântaros e bebendo não apenas da água que saciava a sede do corpo, mas da promessa que alimentava suas almas.

No meio da celebração, um levita subiu aos degraus do templo e proclamou:

— *”Naquele dia vocês dirão: ‘Louvem o Senhor, invoquem o seu nome; anunciem entre as nações os seus feitos, proclamem quão excelente é o seu nome!’”* (Isaías 12:4).

Ezequias olhou para o horizonte, onde as caravanas de mercadores e viajantes passavam. Ele sabia que aquela salvação não era apenas para Judá, mas para todas as nações. O nome do Senhor seria exaltado até os confins da terra.

Enquanto o sol se punha, tingindo o céu de púrpura e ouro, o povo continuou a cantar e a dançar, sabendo que aquele era apenas o começo. Porque o Deus que os salvara era o mesmo que prometera estar com eles para sempre.

E assim, naquele dia de júbilo, a profecia de Isaías se cumpria não apenas em palavras, mas em corações transbordantes de gratidão. Porque o Senhor, em Sua infinita misericórdia, tornara-Se a sua salvação, e nada nem ninguém poderia roubar essa alegria.

— *”Cantem ao Senhor, pois ele fez coisas gloriosas; que isso seja conhecido em toda a terra!”* (Isaías 12:5).

E o eco de seus louvores subiu aos céus, onde os anjos se uniram ao cântico eterno.