**A Nova Criação: Uma Narrativa Baseada em Isaías 65**

O sol nascia sobre os montes de Judá, tingindo o céu de dourado e púrpura, enquanto um vento suave agitava as oliveiras nos vales. Era um novo dia, mas o povo de Jerusalém ainda carregava o peso de gerações de rebeldia e idolatria. Os altares erguidos a deuses estranhos permaneciam em vales escondidos, e o cheiro de incenso profano ainda subia aos céus, misturado com o clamor dos justos que sofriam sob a opressão dos ímpios.

Foi então que a voz do Senhor ecoou, como o trovão que precede a chuva, trazendo consigo promessas de juízo e redenção:

**”Fui buscado por aqueles que não perguntavam por Mim; fui achado por quem não Me buscava. A uma nação que não se chamava do Meu nome, Eu disse: Eis-Me aqui, Eis-Me aqui!”**

O Senhor olhava para Seu povo com misto de ira e misericórdia. Seus pés pisariam os vinhedos dos soberbos, e Seu sopro dissiparia as cinzas dos sacrifícios falsos. Mas, no meio da desolação, uma santa semente permaneceria—um remanescente fiel que herdaria as promessas eternas.

—

### **O Juízo sobre os Rebeldes**

Nas ruas de Jerusalém, os filhos colhiam uvas verdes, e os dentes dos pais se embotavam de amargura. Geração após geração, eles provocavam o Santo de Israel, queimando incenso sobre os tijolos, invocando os mortos em cavernas escuras, comendo carne de porco e guardando ídolos em suas casas como se fossem tesouros.

**”Estes são fumaça no Meu nariz, fogo que arde todo o dia!”**

E o Senhor não se calaria. Seu braço se estenderia, não para abençoar, mas para retribuir. Os que se esqueciam do Deus de Abraão, Isaque e Jacó seriam destinados à espada, cairiam em combate, e seus nomes seriam uma maldição entre os escolhidos. Pois quando o Senhor chamara, ninguém respondera; quando falara, ninguém ouvira. Em vez disso, fizeram o que era mal aos Seus olhos, escolhendo o que Ele não aprovaria.

—

### **A Promessa para os Fiéis**

Mas, assim como o agricultor separa o trigo do joio, o Senhor reservaria um povo para Si. Nos vales antes manchados de idolatria, ouvir-se-ia o riso de crianças brincando sob videiras frutíferas. Os velhos, cujos cabelos brancos contavam histórias de sofrimento, veriam seus netos brincando em paz, sem temor de invasores ou da espada.

**”Eis que Eu crio novos céus e nova terra, e as coisas passadas não serão lembradas, nem subirão ao coração.”**

Os eleitos do Senhor construiriam casas e nelas habitaria a geração bendita. Plantariam vinhas e comeriam de seus frutos, sem que um exército estrangeiro lhes roubasse o sustento. Antes que clamassem, o Senhor responderia; enquanto ainda falavam, Ele os ouviria. O lobo e o cordeiro pastariam juntos, e o leão comeria palha como o boi. Nada feriria, nada destruiria em todo o Monte Santo.

—

### **O Fim da Maldição**

E quando a lua se tornasse como sangue e o sol se envergonhasse de seu brilho, então se cumpriria a palavra final: a morte seria tragada para sempre. As lágrimas que um dia molharam os rostos dos aflitos seriam enxugadas pela mão do próprio Deus, e o pranto não se ouviria mais nas ruas da cidade restaurada.

Pois o Senhor jurara por Si mesmo:

**”Como os novos céus e a nova terra que Eu faço permanecerão diante de Mim, assim permanecerá a vossa descendência e o vosso nome.”**

E assim, enquanto o dia findava e as sombras se alongavam sobre os montes, os fiéis olhavam para o horizonte com esperança. A velha Jerusalém, marcada pelo pecado, daria lugar à cidade da justiça. E ali, para sempre, habitaria o povo santo, sob a luz do Cordeiro, onde não haveria mais noite.

**”Eis que faço novas todas as coisas!”**