Bíblia em Contos

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**A Tempestade no Mar da Galileia e o Milagre de Jesus** (96 caracteres)

**A Tempestade e o Milagre no Mar da Galileia**

O sol começava a se esconder atrás das colinas da Galileia, tingindo o céu de tons dourados e púrpura, quando Jesus, cansado após um longo dia de ensinamentos e milagres, pediu aos seus discípulos que entrassem no barco e rumassem para o outro lado do mar. A multidão ainda estava presente, mas o Mestre precisava de um momento de solitude.

— “Vão adiante de mim para Betsaida. Eu preciso orar sozinho, mas logo os alcançarei”, disse Jesus, com voz serena, mas firme.

Os discípulos obedeceram, embarcando naquele barco de madeira que já havia testemunhado tantas travessias. As águas do Mar da Galileia, também conhecido como Lago de Genesaré, estavam calmas no início, refletindo o céu crepuscular como um espelho. Pedro, sempre impetuoso, assumiu o leme, enquanto João e André ajustavam as velas. Os outros se acomodaram, alguns cochilando, outros conversando em voz baixa sobre os milagres que haviam visto naquele dia—os enfermos curados, os famintos saciados com apenas cinco pães e dois peixes.

Mas, à medida que a noite avançava, o vento começou a soprar com força crescente. Nuvens escuras cobriram a lua, e as ondas, antes suaves, tornaram-se montanhas de água que batiam contra o barco, fazendo-o balançar violentamente. O mar, antes tão pacífico, agora rugia como uma fera despertada. Os discípulos, muitos deles pescadores experientes, lutavam contra os remos, mas o vento os empurrava para o meio do mar, longe da rota planejada.

Horas se passaram, e o cansaço começou a pesar. O medo se instalou no coração deles. Filipe gritava ordens, tentando manter o barco estável, enquanto Tomé, com as mãos trêmulas, segurava-se no mastro para não ser levado pelas águas.

— “Onde está o Mestre? Ele nos abandonou?” — perguntou Tiago, entre dentes cerrados.

Mas, na quarta vigília da noite, quando a escuridão era mais densa e a tempestade mais feroz, algo inesperado aconteceu. Entre os relâmpagos que cortavam o céu, uma figura apareceu, caminhando sobre as águas revoltas.

— “É um fantasma!” — gritou Pedro, recuando.

Os outros discípulos se agarraram uns aos outros, aterrorizados. Mas então, uma voz conhecida ecoou sobre o rugido do vento:

— “Coragem! Sou eu! Não tenham medo!”

Era Jesus. Seus pés não afundavam nas águas; Ele avançava com autoridade, como se o mar fosse sólido sob seus passos. Seu manto branco parecia brilhar mesmo na escuridão, e Seu olhar era firme, cheio de paz.

Pedro, ainda tremendo, mas movido por uma fé repentina, gritou:

— “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre as águas!”

Jesus estendeu a mão e respondeu:

— “Venha!”

Sem hesitar, Pedro saltou do barco e, para seu próprio espanto, sentiu seus pés pisando nas águas como se fossem terra firme. Ele caminhou em direção a Jesus, os olhos fixos no Mestre. Mas, quando um vento mais forte soprou, ele olhou para as ondas e, num instante, o medo o dominou.

— “Senhor, salva-me!” — gritou, começando a afundar.

Imediatamente, Jesus estendeu a mão, segurando-o com firmeza.

— “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”

Assim que ambos entraram no barco, o vento se acalmou. As ondas se aquietaram como se nunca tivessem rugido. Os discípulos, ainda atônitos, caíram de joelhos diante dEle.

— “Verdadeiramente, Tu és o Filho de Deus!” — exclamaram, adorando-O.

Jesus, porém, apenas sorriu, como quem conhecia os segredos mais profundos da criação. O barco continuou sua jornada, agora em paz, sob o céu que começava a clarear com os primeiros raios da manhã.

E assim, naquela noite tempestuosa, os discípulos aprenderam uma lição que jamais esqueceriam: mesmo nas piores tormentas, Aquele que comanda os ventos e as ondas está sempre presente, pronto a estender a mão aos que nEle confiam.

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