Bíblia em Contos

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A Sentença Contra os Falsos Profetas de Israel (98 caracteres)

**A Profecia Contra os Falsos Profetas**

No décimo segundo ano do exílio do povo de Judá na Babilônia, enquanto o profeta Ezequiel se encontrava entre os cativos às margens do rio Quebar, a palavra do Senhor veio a ele com um peso de juízo. O céu parecia escurecer, não por nuvens, mas pela gravidade da mensagem que o Altíssimo entregaria ao seu servo. O ar estava pesado, como antes de uma tempestade, e o coração de Ezequiel ardia com o fogo da indignação divina.

O Senhor lhe disse:

— Filho do homem, levanta-te e profere uma sentença contra os falsos profetas que surgiram em Israel. Eles profetizam mentiras em meu nome, e eu nunca lhes falei! Eles clamam: ‘Assim diz o Senhor!’, mas suas palavras são vãs, como palha ao vento.

Ezequiel sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele conhecia aqueles homens—homens que, em vez de guiar o povo de volta ao Senhor, os enchiam de falsas esperanças, murmurando sonhos enganosos. Eles não reconstruíam os muros caídos de Israel; em vez disso, cobriam as rachaduras com uma camada frágil de argila não temperada, como quem tenta esconder a ruína iminente.

O Senhor continuou, sua voz como o ribombar de trovões distantes:

— Esses profetas insensatos seguem seus próprios espíritos, não o meu. Eles viram nada! Como raposas entre as ruínas, eles se escondem em covis de mentiras. Eles não se postaram na brecha para defender a casa de Israel, nem se ergueram como sentinelas fiéis. Ao invés disso, enganam o meu povo, dizendo: ‘Paz!’, quando não há paz.

Ezequiel viu em espírito aqueles falsos mestres, vestidos com mantos de autoridade, suas vozes melífluas enchendo os ouvidos dos desesperados com promessas vazias. Eles asseguravam aos exilados que o cativeiro seria breve, que Jerusalém jamais cairia, que Deus não permitiria a destruição do seu santuário. Mas o Senhor não os havia enviado.

Então, o Espírito do Senhor mostrou a Ezequiel uma visão: uma parede frágil, recoberta de cal, tremendo ao sopro do vento. E eis que o Senhor levantava uma tempestade furiosa—ventos impetuosos, chuva torrencial, e granizo como pedras de destruição. A parede desmoronava, expondo sua fraqueza, e os que a haviam construído eram soterrados sob seus escombros.

— Assim farei com a parede que esses mentirosos cobriram de falsa segurança—declarou o Senhor. — Quando a tempestade do meu juízo vier, a parede cairá, e eles perecerão com ela. Então saberão que eu sou o Senhor.

Ezequiel sentiu o peso daquela condenação. Os falsos profetas seriam desmascarados, seus nomes riscados do meio de Israel. Nenhum deles entraria na terra restaurada, nem seriam lembrados entre os justos. O povo, enganado por suas mentiras, aprenderia a dura lição: só há segurança na palavra verdadeira do Senhor.

E, assim, o profeta ergueu sua voz entre os exilados, declarando o juízo contra os enganadores. Alguns o ouviram com temor, outros endureceram seus corações. Mas a palavra do Senhor permaneceria—como pedra inabalável em meio à tempestade.

E no fim, só a verdade prevaleceria.

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