Bíblia em Contos

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**Jeremias e a Queda de Jerusalém: Profecia e Consequência** (98 caracteres, sem símbolos ou aspas)

**A Profecia de Jeremias: A Queda de Jerusalém**

O sol poente lançava seus últimos raios dourados sobre as muralhas de Jerusalém, tingindo de vermelho as pedras que por séculos haviam protegido a cidade santa. Mas, naquele crepúsculo, o profeta Jeremias sentia um peso no coração mais denso do que as próprias muralhas. Enquanto caminhava pelas ruas estreitas, ouviam-se risadas e o tilintar de taças vindas das casas dos nobres. A cidade parecia segura, confiante em sua fortaleza e na aliança com potências estrangeiras. No entanto, o Senhor havia falado, e suas palavras ecoavam na alma de Jeremias como o trovão antes da tempestade.

### **O Chamado ao Arrependimento**

Havia anos que Jeremias advertia o povo de Judá. Suas palavras eram claras: *”Assim diz o Senhor: ‘Ponham-se nas encruzilhadas e olhem; perguntem pelos caminhos antigos, qual é o bom caminho. Sigam-no e acharão descanso para as suas almas.’”* (Jeremias 6:16). Mas ninguém queria ouvir. Os sacerdotes profetizavam mentiras em nome de Deus, os líderes buscavam ganho desonesto, e o povo seguia cegamente, como ovelhas sem pastor.

Naquela noite, enquanto os sacerdotes queimavam incenso no Templo e o povo se curvava diante de ídolos, Jeremias subiu até um dos portões da cidade e clamou:

— *”Ouvi, ó Jerusalém! Eis que um povo vem da terra do norte, uma grande nação se levanta dos confins da terra. Armam-se de arco e lança; são cruéis e não têm piedade. O seu rugido é como o do mar, e cavalgam em cavalos alinhados para a batalha, como guerreiros prontos para o combate contra ti, ó filha de Sião!”* (Jeremias 6:22-23).

Alguns transeuntes riram, outros o chamaram de louco. Um mercador, carregado de tecidos finos, resmungou:

— *”Sempre esse homem com suas más notícias! O Egito nos protege, e nossas muralhas são inexpugnáveis!”*

Mas Jeremias sabia que a segurança deles era ilusória.

### **O Julgamento Anunciado**

Nos dias seguintes, o profeta percorreu os vales ao redor de Jerusalém, pregando aos camponeses e pastores. Ele descrevia a devastação que viria: os vinhedos seriam pisados pelos invasores, as casas saqueadas, e os filhos entregues à espada. O Senhor não mais pouparia um povo que, mesmo castigado, não se arrependia.

— *”A ti, ó Jerusalém, purifiquei como se purifica a prata, mas tu não te purificaste. Por isso, serás rejeitada como escória, porque o Senhor te rejeitou!”* (Jeremias 6:29-30).

Alguns choraram ao ouvi-lo, mas a maioria endureceu o coração. Os príncipes, enfurecidos, ordenaram que ele fosse açoitado e preso. No entanto, nem as correntes poderiam silenciar a voz de Deus.

### **A Invasão e a Destruição**

E então, como predito, os babilônios avançaram. Primeiro, cidades menores caíram uma após a outra. Quando o exército de Nabucodonosor cercou Jerusalém, o terror tomou conta dos corações. As mães escondiam seus filhos, os homens subiam às muralhas com lanças enferrujadas, e os sacerdotes, enfim, clamavam a Deus—mas era tarde demais.

Por meses, a cidade resistiu, até que a fome e a doença se espalharam. As ruas, outrora cheias de risadas, agora ecoavam gemidos. Quando os muros foram rompidos, os babilônios não tiveram misericórdia. O Templo foi profanado, as casas queimadas, e os sobreviventes arrastados em correntes para um exílio distante.

Enquanto as chamas consumiam Jerusalém, Jeremias olhou para os escombros e chorou. Tudo acontecera como o Senhor dissera. O povo preferira a mentira à verdade, a ilusão de segurança à humilde obediência. Agora, só restava o lamento.

Mas mesmo nas cinzas, havia uma promessa: *”Eu não te destruirei por completo”* (Jeremias 5:18). Um remanescente voltaria. E, um dia, das ruínas, surgiria novamente a esperança.

**Moral da História:** A desobediência traz consequências, mas o arrependimento sincero sempre encontra o perdão de Deus. Jerusalém caiu porque rejeitou a correção, mas o Senhor, em sua misericórdia, nunca abandona completamente os seus.

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