Bíblia em Contos

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**O Julgamento de Judá e as Correntes da Submissão** (96 caracteres)

**O Julgamento de Judá e as Correntes de Submissão**

No décimo primeiro ano do reinado de Zedequias, rei de Judá, quando a sombra da desobediência já se estendia sobre Jerusalém como um manto pesado, o Senhor dirigiu Sua palavra a Jeremias, o profeta. Era um tempo de turbulência, em que os reinos ao redor conspiravam contra Nabucodonosor, rei da Babilônia, buscando alianças vãs para escapar do jugo que o Altíssimo havia permitido que pesasse sobre eles.

O sol escaldante do verão refletia nas muralhas de Jerusalém quando Jeremias recebeu uma ordem incomum do Senhor. Ele deveria fazer correntes e jugos de madeira e ferro, símbolos tangíveis da submissão que Deus exigia das nações. Com mãos calejadas, o profeta trabalhou até que os artefatos estivessem prontos—pesados, rústicos, como que carregando em si o peso da soberania divina.

Então, o Senhor ordenou que Jeremias enviasse mensageiros aos reis de Edom, Moabe, Amom, Tiro e Sidom, que haviam se reunido em Jerusalém para tramar uma rebelião contra a Babilônia. O profeta deveria apresentar-se diante deles com as correntes sobre os ombros, como um servo sob o jugo de seu senhor, e declarar a palavra do Senhor:

—Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Com grande poder e braço estendido, Eu criei a terra, o homem e os animais que nela estão, e a dou a quem Me agrada. Agora, entregarei todas estas terras nas mãos de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Meu servo. Todas as nações servirão a ele, a seu filho e a seu neto, até que chegue o tempo de sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis o sujeitarão.

O silêncio pesou sobre a sala do conselho quando Jeremias entrou, suas correntes rangendo com cada passo. Os embaixadores, orgulhosos e desconfiados, fitaram-no com desdém. Mas o profeta, incansável, continuou:

—Se alguma nação ou reino não se submeter a Nabucodonosor e não colocar seu pescoço sob o jugo do rei da Babilônia, castigarei essa nação com espada, fome e peste, até que eu a entregue em suas mãos. Não deem ouvidos aos seus profetas, adivinhos, intérpretes de sonhos ou feiticeiros que dizem que vocês não servirão ao rei da Babilônia. Eles mentem!

Os rostos dos embaixadores se contorceram em indignação. Um deles, representante de Edom, ergueu a voz:

—Nós não somos escravos! Nosso deus nos dará vitória!

Jeremias, porém, não recuou.

—A nação que colocar seu pescoço sob o jugo e servir ao rei da Babilônia, eu a deixarei em sua própria terra, para que a cultive e nela viva em paz. Mas se recusarem, serão arrancados de suas terras e perecerão.

Zedequias, rei de Judá, observava tudo em silêncio, seu coração dividido entre o medo e a rebeldia. Ele sabia que os falsos profetas em sua corte insistiam que a Babilônia seria derrotada, que os tesouros do templo jamais seriam levados. Mas Jeremias, sozinho em sua mensagem, continuava a advertir:

—Não ouçam esses enganadores! Até os utensílios do templo que ainda restam serão levados para a Babilônia, até que eu os traga de volta no tempo devido.

Apesar das palavras claras, os corações endurecidos dos líderes se recusaram a crer. Anos depois, quando a espada babilônica finalmente ceifou Jerusalém, o templo foi saqueado, e Zedequias, capturado e cegado, viu cumprir-se cada palavra do Senhor.

Assim, a história registrou: aqueles que se recusaram a dobrar-se diante do jugo de Deus foram quebrados pelo jugo dos homens. Mas para os que ouviam e se humilhavam, restava a promessa de restauração—porque o Senhor nunca abandona os que se voltam para Ele em verdadeira submissão.

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