Bíblia em Contos

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**Miqueias: Esperança Divina em Tempos de Trevas** (98 caracteres)

**O Profeta Miqueias e a Esperança em Tempos de Trevas**

Nos dias sombrios do reinado de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, o profeta Miqueias levantou sua voz como um clamor solitário no meio da corrupção. O povo havia se afastado do Senhor, mergulhando em idolatria, injustiça e violência. As cidades, outrora cheias de vida, agora respiravam opressão. Os líderes, que deveriam guiar com retidão, vendiam sentenças por prata e os juízes aceitavam subornos. Até mesmo entre famílias, a traição se instalara como uma serpente venenosa.

Foi nesse cenário que Miqueias, cheio do Espírito do Senhor, proclamou as duras palavras registradas no capítulo sete de seu livro. Ele olhava para a terra e via apenas ruína:

*”Ai de mim! Pois estou como quando são colhidos os frutos do verão, como quando se apanham os restos da vindima; não há cacho de uvas para comer, nem figo temporão que a minha alma deseja.”* (Miqueias 7:1)

O profeta lamentava a escassez de homens fiéis. A nação estava como um campo devastado, onde antes havia abundância, agora só restavam espinhos. Os justos haviam desaparecido, e os ímpios agiam sem temor. Até mesmo os laços mais sagrados estavam quebrados:

*”O homem piedoso desapareceu da terra; não há um justo sequer. Todos armam ciladas para derramar sangue; cada um caça seu irmão com uma rede. As suas mãos estão preparadas para fazer o mal; o príncipe exige presentes, o juiz se deixa subornar, e o grande fala dos maus desejos do seu coração; assim eles urdem o mal.”* (Miqueias 7:2-3)

Miqueias sabia que o julgamento de Deus era inevitável. A nação havia semeado ventos e colheria tempestades. Mas em meio às trevas, ele ainda mantinha uma centelha de esperança. Enquanto os ímpios se regozijavam em sua maldade, o profeta fixava os olhos no Senhor, aguardando a Sua salvação:

*”Mas, quanto a mim, ficarei atento ao Senhor, esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá.”* (Miqueias 7:7)

E então, como um raio de luz furando as nuvens negras, Miqueias profetizou a restauração futura. Ainda que Jerusalém fosse reduzida a ruínas e o povo fosse levado cativo, o Senhor não os abandonaria para sempre. Haveria um dia em que Ele mesmo levantaria Seu povo, perdoaria suas transgressões e lançaria todos os seus pecados nas profundezas do mar.

*”Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.”* (Miqueias 7:18-19)

E assim, enquanto a nação mergulhava em trevas, Miqueias permaneceu firme, anunciando tanto o juízo quanto a misericórdia divina. Suas palavras ecoaram através dos séculos, lembrando a todos que, mesmo nos dias mais sombrios, há esperança para aqueles que se voltam para o Senhor.

E essa esperança não falharia, pois um dia, da pequena Belém, sairia Aquele que seria o verdadeiro Pastor de Israel (Miqueias 5:2), cumprindo todas as promessas de redenção. Até então, o povo deveria esperar, confiar e clamar:

*”Pastor do teu povo com a tua vara, o rebanho da tua herança, que vive solitário na floresta, em meio ao Carmelo; que eles se alimentem em Basã e Gileade, como nos dias antigos.”* (Miqueias 7:14)

E assim, a história de Miqueias se encerra não com desespero, mas com a certeza de que o Deus fiel cumprirá Sua palavra. Porque Ele é bom, e o Seu amor dura para sempre.

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