Bíblia em Contos

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O Cordão Azul e a Misericórdia de Deus (99 caracteres)

**A Lição do Cordão de Azul e a Misericórdia de Deus**

O sol escaldante do deserto brilhava sobre as tendas de Israel, espalhando sombras alongadas sobre a areia dourada. O povo havia se estabelecido mais uma vez, após dias de jornada sob o comando de Moisés e Arão. A presença do Senhor pairava sobre o Tabernáculo, uma coluna de nuvem durante o dia e de fogo à noite, lembrando a todos que Deus estava com eles.

Naquela manhã, Moisés reuniu os líderes das tribos para transmitir uma mensagem divina. O Senhor havia falado, e suas palavras eram claras:

—Quando entrarem na terra que Eu lhes darei por herança, ofereçam sacrifícios de aroma agradável ao Senhor, seja de holocausto, seja de oferta pacífica, seja de animais do rebanho ou do gado.

Os israelitas ouviram atentamente enquanto Moisés detalhava as medidas da flor de farinha, o azeite e o vinho que deveriam acompanhar cada oferta. Cada detalhe era importante, pois refletia a santidade de Deus e a gratidão do povo.

—E quando um estrangeiro morar entre vocês e desejar trazer uma oferta ao Senhor — continuou Moisés —, ele deverá seguir as mesmas ordenanças. Haverá um mesmo estatuto para vocês e para o estrangeiro; será uma lei perpétua para todas as gerações.

O coração de alguns se encheu de alegria ao saber que até os que não eram nascidos em Israel poderiam se achegar a Deus com reverência. Era um lembrete de que o Senhor não fazia acepção de pessoas.

Mas então, Moisés falou algo que chamou a atenção de todos:

—O Senhor ordena que façam borlas nas bordas de suas vestes, e nelas coloquem um cordão de azul. Quando o virem, se lembrarão de todos os mandamentos do Senhor e os cumprirão, para que não sigam os desejos do coração e dos olhos, que os levam à infidelidade.

As borlas azuis seriam um símbolo visível, um lembrete constante da aliança com Deus. O azul, cor do céu, lembraria a todos que suas vidas deveriam refletir a santidade celestial.

**A Rebeldia e a Misericórdia**

No entanto, nem todos receberam as palavras com temor. Havia entre o povo um homem cujo coração estava endurecido. Certo dia, enquanto os israelitas recolhiam lenha para o fogo, ele foi visto deliberadamente quebrando o sábado, carregando feixes de madeira em pleno dia de descanso.

Aqueles que o viram ficaram perplexos.

—O que você está fazendo? — perguntou um dos anciãos. — Não sabe que hoje é sábado, dia separado para o Senhor?

O homem riu, desafiador.

—O que importa um dia em meio a tantos outros? Eu farei o que bem entender!

A notícia chegou rapidamente a Moisés, que consultou o Senhor. A resposta foi clara:

—O homem deve ser levado para fora do acampamento e apedrejado até a morte, pois desprezou a lei sagrada.

Com coração pesado, Moisés ordenou que a sentença fosse cumprida. O povo reuniu-se em solenidade, e as pedras caíram sobre o rebelde, cujo último suspiro foi um lembrete triste do preço da desobediência.

**O Cordão da Esperança**

Naquela noite, muitos israelitas meditaram sobre o ocorrido. O cordão azul em suas vestes agora tinha um significado ainda mais profundo. Não era apenas um adorno, mas um chamado à fidelidade.

Uma jovem chamada Débora, filha de um levita, olhou para as borlas de seu manto e murmurou uma oração:

—Senhor, ajuda-me a nunca esquecer Teus mandamentos. Que este azul me lembre de que Tu és santo, e que eu devo ser santa também.

E assim, o povo seguiu em frente, carregando consigo não apenas as leis escritas nas tábuas, mas também o símbolo visível da aliança. O cordão de azul tornou-se um testemunho silencioso de que, mesmo no deserto da vida, Deus jamais os abandonaria, desde que eles O seguissem de todo o coração.

E o Senhor, em Sua infinita misericórdia, continuou a guiá-los, dia após dia, rumo à Terra Prometida.

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