Bíblia em Contos

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O Cântico da Memória: A História do Salmo 78 (98 caracteres)

**O Cântico da Memória: Uma Narrativa Baseada no Salmo 78**

O sol poente tingia as colinas de Judá com tons dourados quando o velho Asafe reuniu os filhos e netos ao redor da fogueira. O aroma de pão fresco e azeitonas enchia o ar, mas era a fome por algo mais profundo que brilhava nos olhos daquela geração. Com voz grave e olhos marejados de reverência, o ancião começou a narrar uma história que ecoava através dos séculos—uma história que não poderia ser esquecida.

—”Escutem, ó povo meu, as palavras da minha boca,”— começou Asafe, citando as mesmas palavras que compôs no Salmo. —”Abrirei minha boca em parábolas; anunciarei enigmas dos tempos antigos.”

**A Aliança e a Rebelião**

Ele descreveu como o Senhor escolhera a tribo de Judá e o Monte Sião para estabelecer Sua morada. O Deus de Israel não era um ídolo mudo, mas um Pai que falava, que agia, que se revelava em maravilhas. —”Ele dividiu o mar e os fez passar por ele,”— narrou Asafe, gesticulando como se visse as águas erguendo-se em muralhas à direita e à esquerda. —”Guiou-os com a nuvem de dia e com a coluna de fogo à noite!”

Mas então, sua voz tornou-se grave. —”Mas eles pecaram ainda mais contra Ele, rebelando-se contra o Altíssimo no deserto.”— Os israelitas, mesmo vendo os milagres, duvidaram. Quando a sede os afligiu, murmuraram: —”Poderá Deus preparar uma mesa no deserto?”— E o Senhor, em Sua misericórdia, fez brotar água da rocha. Quando a fome os consumiu, questionaram: —”Nos dará carne para comer?”— E Deus enviou codornizes em abundância.

—”Mas mesmo assim, não creram nEle,”— lamentou Asafe, balançando a cabeça. —”Seus corações não eram fiéis; vacilavam como tendas mal firmadas.”

**A Paciência e a Justiça Divina**

O ancião continuou, descrevendo como o Senhor, apesar da rebeldia do povo, continuou a sustentá-los. —”Mandou-lhes o maná, o pão dos céus; deu-lhes o trigo celeste.”— O povo comeu como anjos, saciando-se com a provisão divina. Mas a ingratidão persistia. Cobiçaram, tentaram a Deus, e murmurações ecoaram novamente nos acampamentos.

—”Por isso, o Senhor os feriu,”— disse Asafe, erguendo as mãos. —”O fogo da Sua ira consumiu os jovens, e os mais fortes caíram sem vida.”— O silêncio pesou sobre os ouvintes. A lição era clara: Deus é misericordioso, mas também justo.

**A Escolha de Davi e a Esperança Futura**

Contudo, a narrativa não terminou em juízo. Asafe sorriu ao falar do futuro. —”Mas Ele escolheu a tribo de Judá e o Seu servo Davi.”— Descreveu como Deus tirou o futuro rei das pastagens, onde cuidava de ovelhas, para ser o pastor de Israel. —”Ele os apascentou com integridade de coração e os guiou com mãos habilidosas.”—

A fogueira crepitava, lançando sombras dançantes sobre os rostos atentos. Asafe concluiu: —”Não sejamos como nossos pais, de coração incostante! Ensinem estas verdades aos seus filhos, para que ponham sua confiança em Deus e não se esqueçam das Suas obras!”—

Naquela noite, sob o manto estrelado de Judá, uma nova geração aprendeu que a memória da fidelidade de Deus era a chave para um coração firme. E assim, o cântico de Asafe continuou a ecoar, de geração em geração, como um lembrete eterno: Deus é bom, mas exige fidelidade. Sua misericórdia dura para sempre, mas Seu juízo é inevitável para os que insistem em rebelar-se.

E o povo, naquela noite, não apenas ouviu—mas decidiu guardar no coração cada palavra, para que a história não se repetisse.

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