Bíblia em Contos

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A Generosidade dos Coríntios e as Exortações de Paulo (98 caracteres, sem símbolos ou aspas)

**A Generosidade dos Coríntios e as Últimas Exortações de Paulo**

Na agitada cidade de Corinto, onde o comércio fervilhava e as vozes de marinheiros, mercadores e filósofos ecoavam pelas ruas de pedra, a jovem igreja enfrentava desafios tanto externos quanto internos. O apóstolo Paulo, que havia plantado essa comunidade com lágrimas e orações, agora escrevia de Éfeso uma carta cheia de instruções, correções e encorajamentos. Entre os assuntos finais, ele tratava de algo muito caro ao seu coração: a coleta para os santos em Jerusalém.

### **A Coleta para os Necessitados**

Paulo começou relembrando os coríntios de um princípio que ele já havia ensinado em outras igrejas: *”No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que não se façam coletas quando eu for”* (1 Coríntios 16:2). Ele não desejava que a oferta fosse uma ação precipitada, mas um ato planejado, refletido e generoso.

Os crentes de Corinto, muitos deles ex-adoradores de Afrodite ou mercadores acostumados a acumular riquezas, agora eram desafiados a viver uma nova economia—a do Reino de Deus. Em vez de ajuntarem tesouros para si mesmos, deviam compartilhar com os irmãos em Jerusalém, que passavam por grande pobreza devido à perseguição e à fome.

Paulo não impôs um valor fixo, mas deixou que cada um desse *”conforme a sua prosperidade”*. Alguns, como Gaio ou Erasto, talvez tivessem mais recursos; outros, como os escravos convertidos, podiam oferecer apenas algumas moedas. Mas o importante não era o tamanho do dom, e sim o coração por trás dele.

### **Os Planos de Viagem de Paulo**

O apóstolo então compartilhou seus planos futuros, revelando um coração pastoral que desejava estar presente com eles: *”Passarei por vós indo para a Macedônia, e da Macedônia tornarei a vós, e me acompanhareis até à Judeia”* (1 Coríntios 16:5). Ele não queria apenas uma visita rápida, mas um tempo significativo, talvez até o inverno inteiro, para fortalecê-los na fé.

No entanto, Paulo sabia que os planos humanos estão sujeitos à vontade de Deus: *”Mas ficarei em Éfeso até ao Pentecostes, porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários”* (1 Coríntios 16:8-9). Mesmo diante da oposição, ele reconhecia que Deus estava trabalhando poderosamente. Essa mistura de oportunidade e adversidade era típica da vida apostólica—portas abertas pelo Senhor, mas resistência feroz do inimigo.

### **Timóteo e a Fidelidade na Missão**

Preocupado com o recebimento que Timóteo teria em Corinto, Paulo exortou: *”Se Timóteo for, vede que esteja sem temor entre vós, porque trabalha na obra do Senhor, como eu também”* (1 Coríntios 16:10). O jovem discípulo, ainda inexperiente, precisava de apoio, não de críticas. A igreja não devia desprezá-lo por sua juventude, mas recebê-lo como um cooperador fiel.

Além disso, Paulo mencionou Apolo, outro grande pregador, que ainda não estava pronto para visitá-los. Isso mostrava que, embora houvesse divisões anteriores em torno dos nomes de Paulo, Apolo e Cefas, o apóstolo não via esses homens como rivais, mas como parceiros na colheita.

### **Exortações Finais: Vigilância, Firmeza e Amor**

Como um general dando suas últimas ordens antes da batalha, Paulo encerrou com palavras incisivas:

1. **Vigilância**: *”Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos”* (1 Coríntios 16:13). A vida cristã exigia coragem, especialmente em uma cidade imoral como Corinto.
2. **Firmeza**: Eles não podiam vacilar diante das filosofias gregas ou das tentações da carne. A fé em Cristo era o alicerce inabalável.
3. **Amor**: *”Todas as vossas coisas sejam feitas com amor”* (1 Coríntios 16:14). Sem amor, até mesmo a generosidade e o zelo se tornavam vãos.

### **Reconhecimento aos Cooperadores**

Paulo não trabalhava sozinho. Ele mencionou Estéfanas, Fortunato e Acaico, homens que haviam se dedicado ao serviço dos santos e mereciam honra. A igreja precisava valorizar aqueles que labutavam no ministério.

Por fim, o apóstolo encerrou com uma saudação escrita de próprio punho—um gesto pessoal em meio a uma carta ditada—e uma bênção final: *”Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema. Maranata! A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco. O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus. Amém.”*

Assim, a carta chegava ao fim, mas seu eco permaneceria nos corações dos coríntios, desafiando-os a viverem não para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.

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