Bíblia em Contos

Bíblia em Contos

Bíblia

O Milagre dos Pães e Peixes na Galileia

**O Milagre dos Pães e Peixes**

O sol começava a declinar sobre as colinas da Galileia, tingindo o mar de Tiberíades com reflexos dourados. Uma brisa suave agitava as águas, enquanto uma multidão cada vez maior se aproximava de Jesus. Homens, mulheres e crianças, muitos deles com olhos cheios de esperança e corações sedentos por palavras de vida, seguiam o Mestre. Ele havia realizado curas e falado com autoridade como ninguém antes, e agora, mesmo cansados e famintos, não queriam perdê-Lo de vista.

Jesus, vendo aquela imensa multidão que O perseguia, voltou-Se a Filipe, um de Seus discípulos, e perguntou:

— Onde compraremos pão para que todos estes possam comer?

Filipe olhou para a multidão, calculando. Milhares de pessoas estavam ali, talvez cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. Mesmo se tivessem duzentos denários, não seria suficiente para dar um pedaço de pão a cada um.

— Mestre — respondeu ele, perplexo —, nem com o salário de muitos meses seria possível alimentar tanta gente!

André, irmão de Simão Pedro, aproximou-se então com um jovem que trazia algo em suas mãos.

— Aqui está um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos — disse André, hesitante. — Mas o que é isso para tanta gente?

Jesus, porém, não Se perturbou. Seus olhos brilharam com uma serena confiança.

— Mandem o povo assentar-se — ordenou Ele.

A grama verdejante do lugar era abundante, e todos se acomodaram em grupos, como rebanhos repousando em pastos tranquilos. O céu agora estava pintado de tons alaranjados e púrpuras, e um silêncio reverente pairava no ar.

Jesus tomou os pães em Suas mãos, ergueu os olhos ao céu e deu graças. Então, partiu-os e os entregou aos discípulos, que os distribuíram à multidão. O mesmo fez com os peixes.

E então, o impossível aconteceu.

Os pães não se esgotavam. Os discípulos iam de grupo em grupo, e sempre havia mais. As cestas se enchiam, as mãos se estendiam, e todos comiam até se saciarem. Ninguém ficou com fome. Ninguém foi esquecido. Mulheres choravam de gratidão, crianças riam enquanto mastigavam, e homens sussurravam entre si, maravilhados.

Quando todos estavam satisfeitos, Jesus disse aos discípulos:

— Recolham os pedaços que sobraram, para que nada se perca.

Eles obedeceram, enchendo doze cestos com os fragmentos que haviam sobrado dos cinco pães.

A multidão, extasiada, começou a murmurar:

— Este é verdadeiramente o Profeta que havia de vir ao mundo!

Alguns já cochichavam sobre fazê-Lo rei à força, mas Jesus, conhecendo seus corações, retirou-Se sozinho para o monte, longe da agitação humana.

Enquanto a noite caía sobre a Galileia, os discípulos desceram para o mar, entrando em um barco para atravessar para Cafarnaum. O vento soprava forte, e as ondas se agitavam, mas no meio da escuridão, eles veriam um novo milagre: Jesus caminhando sobre as águas, revelando mais uma vez Sua divina autoridade sobre a criação.

E assim, naquele dia, não apenas os estômagos foram saciados, mas os corações foram desafiados a crer. Porque aquele que multiplicou os pães era mais que um profeta, mais que um rei terreno. Era o Pão da Vida, que descera do céu para alimentar não apenas o corpo, mas a alma faminta da humanidade.

LEAVE A RESPONSE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *