**A Jornada de Fé: Um Conto Baseado em Romanos 10**

Na pequena cidade de Corinto, sob o sol abrasador do Mediterrâneo, vivia um jovem chamado Eliúde. Filho de um comerciante grego e uma mulher judia, ele crescera entre duas culturas, ouvindo as histórias dos profetas de Israel e os debates filosóficos dos sábios atenienses. Seu coração estava inquieto, pois, embora conhecesse a Lei de Moisés desde a infância, sentia que faltava algo mais profundo—algo que transcendesse o simples cumprimento de regras.

Certo dia, enquanto caminhava pelo mercado, Eliúde ouviu um grupo de pessoas discutindo fervorosamente. Ao se aproximar, viu que eram seguidores de Cristo, pregando sobre um Messias que havia ressuscitado e oferecia salvação a todos, judeus e gentios. Intrigado, ele ficou à margem, escutando as palavras do apóstolo Paulo, que citava as Escrituras com autoridade:

— *”Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”* (Romanos 10:9).

Aquela mensagem ecoou em seu peito como um chamado irresistível. Eliúde sempre soubera que a justiça humana era insuficiente—quantas vezes ele tentara, em vão, alcançar a perfeição pela observância minuciosa da Lei? Mas ali, naquela praça empoeirada, ele ouvia falar de uma justiça que não vinha dos próprios esforços, mas da fé em Cristo.

No entanto, dúvidas o assaltaram. Como poderia ter certeza de que essa era a verdade? Ele conhecia as tradições de seus pais e os ensinamentos dos rabinos. Será que essa nova mensagem não era uma heresia? Foi então que um dos pregadores, um homem chamado Lucas, olhou diretamente para ele e disse:

— *”A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo”* (Romanos 10:17).

Eliúde sentiu um calafrio. Era como se Deus estivesse falando diretamente ao seu coração. Naquela noite, ele não conseguiu dormir. As palavras de Paulo martelavam em sua mente: *”Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”* (Romanos 10:13). Mas como invocá-Lo se não O conhecia plenamente?

No dia seguinte, ele procurou os cristãos e, com humildade, pediu que lhe explicassem mais. Eles lhe contaram sobre Jesus—Seu amor pelos pecadores, Sua morte na cruz, Sua vitória sobre a morte. Eliúde ouviu atentamente, e, pouco a pouco, sua resistência se dissolveu. Ele compreendeu que não precisava subir ao céu para trazer Cristo até ele, nem descer aos abismos para resgatá-Lo dos mortos (Romanos 10:6-7). A salvação estava ao seu alcance, tão próxima quanto sua própria boca e coração.

Naquela mesma tarde, à beira do rio, Eliúde ajoelhou-se e, pela primeira vez, clamou:

— *”Jesus, eu creio em Ti. Sê o meu Senhor!”*

Imediatamente, uma paz que transcendia toda compreensão inundou sua alma. Ele não era mais um estrangeiro, nem um excluído—agora, pela fé, era filho de Deus.

Nos dias que se seguiram, Eliúde uniu-se aos discípulos, ansioso para compartilhar a boa nova. Ele lembrava das palavras de Paulo: *”Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?”* (Romanos 10:14).

Movido por essa convicção, ele começou a testemunhar aos seus familiares e amigos, contando como encontrara o Messias prometido. Alguns zombaram, outros o rejeitaram, mas alguns—como sua mãe e um antigo colega de infância—abriram o coração e creram.

Anos mais tarde, já um ancião, Eliúde olhava para trás e via como Deus transformara sua vida simples em uma história de redenção. Ele entendera que a fé não era apenas um conjunto de crenças, mas um encontro vivo com Aquele que estava perto, pronto a responder a todo aquele que O chamasse.

E assim, a mensagem de Romanos 10 continuou a ecoar através das gerações: *”Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”*. E Eliúde, outrora um homem dividido entre duas culturas, tornara-se um testemunho vivo de que, em Cristo, não há distinção—apenas graça, fé e salvação para todos que creem.