**A Sabedoria e as Consequências das Escolhas**
No antigo reino de Judá, havia uma pequena vila chamada Quiriate-Jearim, encravada entre colinas verdejantes e cercada por campos férteis. Ali viviam dois homens cujas vidas ilustravam perfeitamente as verdades de Provérbios 12. Um se chamava Eliabe, conhecido por sua integridade e amor pela justiça; o outro era Talmai, astuto e enganador, sempre buscando vantagens às custas dos outros.
Eliabe era agricultor, um homem que acordava antes do nascer do sol para lavrar a terra com mãos calejadas, mas com um coração grato. Ele seguia os ensinamentos do Senhor, sabendo que “o que trabalha a sua terra se fartará de pão” (Provérbios 12:11). Sua plantação era abundante, não apenas porque a terra era boa, mas porque ele confiava no cuidado divino. Ele também era conhecido por suas palavras sábias e calmas, pois “o homem bom cuida bem de si mesmo, mas o perverso de nada aproveita” (Provérbios 12:14). Sua esposa, Débora, e seus três filhos viviam em paz, pois a justiça de Eliabe era como “ramo de árvore frutífera” (Provérbios 12:12), trazendo segurança e alegria ao seu lar.
Talmai, por outro lado, era um comerciante que enganava os compradores com pesos adulterados e mercadorias de má qualidade. Ele zombava dos que trabalhavam honestamente, achando-se mais esperto que todos. “O perverso deseja a rede dos maus, mas a raiz dos justos produz o seu fruto” (Provérbios 12:12). Ele acumulou riquezas rapidamente, mas sua casa era um lugar de brigas e inquietação. Sua esposa, Merabe, vivia infeliz, e seus filhos aprendiam com ele os caminhos da falsidade.
Um ano, uma grande seca atingiu a região. Os riachos secaram, e a terra tornou-se dura como pedra. Eliabe, confiando no Senhor, havia guardado parte de sua colheita nos anos anteriores, seguindo o conselho da sabedoria: “O homem prudente não revela o seu conhecimento, mas o coração dos tolos proclama a insensatez” (Provérbios 12:23). Ele compartilhou seu alimento com os necessitados, e sua família não passou fome.
Talmai, que nunca pensara no futuro, viu-se em desespero. Sem estoques e sem amigos—pois ninguém confiava nele—ele tentou roubar dos celeiros alheios. Mas foi pego e levado diante dos anciãos da cidade. “O ímpio é enlaçado pela transgressão dos seus lábios, mas o justo sairá da angústia” (Provérbios 12:13). Envergonhado e arruinado, ele caiu em desgraça, enquanto Eliabe continuou a ser honrado.
Com o tempo, a chuva voltou, e a terra floresceu novamente. Eliabe viu seus filhos crescerem como árvores plantadas junto a ribeiros de águas, enquanto Talmai, agora velho e amargurado, percebeu tarde demais que “na vereda da justiça está a vida, e no seu caminho não há morte” (Provérbios 12:28).
Assim, a vila de Quiriate-Jearim aprendeu que a sabedoria de Deus não é apenas um conselho, mas o próprio alicerce da vida. E aqueles que a seguem, como Eliabe, colhem não apenas o pão do corpo, mas a paz da alma.