**A Aliança do Povo Escolhido**

No vasto deserto, sob o sol abrasador que incidia sobre as areias douradas, Moisés reuniu o povo de Israel diante do Monte Horebe. Homens, mulheres e crianças, vestidos com túnicas desgastadas pela longa jornada, olhavam para o líder com expectativa. Aquele era um momento solene, um chamado à obediência e à lembrança das promessas do Senhor.

Moisés, com seu cajado firmemente empunhado e o rosto iluminado pela presença divina, ergueu a voz:

— Escutem, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, fez uma aliança conosco e nos escolheu não porque somos numerosos ou poderosos, mas porque Ele os amou e cumpriu o juramento que fez a nossos pais, Abraão, Isaque e Jacó.

O vento suave agitava as franjas das vestes enquanto o povo murmurava em reverência. Moisés continuou, apontando para a terra que se estendia além do Jordão:

— O Senhor vos introduzirá na terra prometida, uma terra onde correm rios de leite e mel. Sete nações maiores e mais fortes que vós serão entregues em vossas mãos: os hititas, os girgaseus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.

Alguns homens trocaram olhares de dúvida, imaginando como poderiam vencer povos tão poderosos. Mas Moisés, percebendo o temor em seus corações, prosseguiu com firmeza:

— Não temais! O Senhor vosso Deus está convosco, o grande e temível Deus. Ele os destruirá pouco a pouco, para que as feras do campo não se multipliquem contra vós. Mas ouçam bem: não façam aliança com esses povos, não tenham piedade deles, não se casem com seus filhos e filhas, pois isso desviaria vossos corações para seguir outros deuses, e a ira do Senhor se acenderia contra vós.

Uma mulher segurou o filho mais próximo, imaginando os perigos da idolatria. Moisés, com voz grave, advertiu:

— Quebrarão seus altares, esmagarão suas colunas sagradas, cortarão seus postes-ídolos e queimarão suas imagens esculpidas. Porque vós sois povo santo ao Senhor vosso Deus. Ele vos escolheu para ser o seu tesouro particular entre todos os povos da terra.

O coração do povo se encheu de reverência. Eles se lembraram das pragas do Egito, da travessia do Mar Vermelho, do maná que caía do céu. O Senhor nunca os abandonara.

Moisés concluiu com uma promessa solene:

— Se obedecerdes aos mandamentos do Senhor e os guardardes, Ele vos amará, vos abençoará e vos multiplicará. Abençoará o fruto do vosso ventre, o fruto da vossa terra, o vosso gado e tudo o que possuirdes. Nenhuma enfermidade virá sobre vós, como antes fez aos egípcios. Destruireis todos os povos que o Senhor vos entregar, e os vossos olhos não terão piedade deles.

O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons avermelhados. O povo, em silêncio, inclinou-se em adoração, renovando seu compromisso com o Deus que os libertara. Sabiam que a jornada à frente seria difícil, mas confiavam na promessa: o Senhor iria com eles, e nenhum inimigo prevaleceria contra o povo da aliança.

E assim, com corações cheios de fé, os israelitas se prepararam para entrar na terra que mana leite e mel, certos de que o Deus fiel cumpriria todas as Suas palavras.