Bíblia em Contos

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A Generosidade na Vinha do Senhor (98 caracteres)

**A Parábola dos Trabalhadores na Vinha**

Era uma manhã fresca e dourada, quando o sol começava a erguer-se sobre os campos verdejantes da Galileia. O ar estava impregnado do perfume da terra molhada pelo orvalho, e os pássaros cantavam entre as oliveiras. Na pequena aldeia, homens robustos, vestidos com túnicas simples e cintos de couro, já se agrupavam na praça principal, esperando por trabalho. Entre eles estavam pais de família, jovens ansiosos e idosos de mãos calejadas—todos com o mesmo desejo: conseguir um dia de serviço para sustentar suas casas.

Foi então que o dono de uma grande vinha, um homem bondoso e justo, chegou à praça. Seus olhos eram cheios de compaixão ao ver aqueles trabalhadores sedentos de oportunidade.

— “Vão trabalhar na minha vinha”, disse ele, “e lhes pagarei um denário pelo dia.”

Os homens aceitaram com alegria, pois um denário era o salário justo por um dia inteiro de trabalho. Seguiram-no pelos caminhos empoeirados até a vinha, onde as videiras estavam carregadas de uvas maduras, prontas para a colheita.

O sol subiu no céu, e o calor do meio-dia começou a pesar sobre os ombros dos trabalhadores. O dono da vinha, vendo que ainda havia muito a ser feito, voltou à praça por volta das nove da manhã. Lá, encontrou outros homens parados, desanimados.

— “Por que vocês estão ociosos o dia todo?”, perguntou-lhes.

— “Porque ninguém nos contratou”, responderam, com olhares cabisbaixos.

— “Vão também trabalhar na minha vinha”, ordenou o dono, “e lhes darei o que for justo.”

E assim, esses homens seguiram para o campo, juntando-se aos primeiros. O mesmo aconteceu ao meio-dia, às três da tarde e até mesmo perto do pôr do sol, quando o céu já se tingia de tons avermelhados. O dono da vinha continuou a chamar mais trabalhadores, prometendo-lhes um pagamento justo.

Quando a noite caiu e as estrelas começaram a cintilar, o administrador da vinha reuniu todos os trabalhadores para receberem seu salário. Para a surpresa de muitos, os que haviam chegado por último foram os primeiros a receber—e cada um deles ganhou um denário inteiro!

Aqueles que haviam trabalhado desde o amanhecer ficaram esperançosos, pensando: *”Se esses receberam um denário por apenas uma hora, certamente receberemos muito mais!”*

Mas quando chegaram sua vez, receberam exatamente o mesmo valor: um denário.

Imediatamente, murmurações surgiram entre eles.

— “Estes homens trabalharam apenas uma hora, e o senhor os igualou a nós, que suportamos o peso do trabalho e o calor do dia inteiro!”, protestou um deles, esfregando as mãos cansadas.

O dono da vinha, porém, olhou para eles com serenidade e respondeu:

— “Amigo, não estou sendo injusto com você. Você não concordou em trabalhar por um denário? Receba o que é seu e vá. Eu quero dar a este último trabalhador o mesmo que dei a você. Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque eu sou generoso?”

Os homens ficaram em silêncio, reconhecendo a verdade em suas palavras. O dono da vinha não havia sido injusto—ele havia sido bondoso.

**Reflexão**

Assim é o Reino dos Céus. Deus, em Sua infinita misericórdia, chama pessoas em diferentes momentos da vida—alguns desde a juventude, outros na velhice—mas a todos que aceitam Seu chamado, Ele oferece a mesma graça salvadora. Não é pelo nosso esforço que somos salvos, mas pela Sua generosidade.

Aqueles que se consideram “merecedores” por terem servido por mais tempo podem cair no erro da inveja e do orgulho, esquecendo-se de que a salvação é um dom, não um salário.

Que possamos, como os trabalhadores da vinha, servir com gratidão, reconhecendo que a bondade de Deus é maior do que qualquer merecimento humano.

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