Bíblia em Contos

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**O Banquete dos Despreocupados em Samaria** (96 caracteres) Ou, se preferir um título mais direto e dentro do limite: **O Banquete dos Nobres de Samaria** (28 caracteres) Ambos mantêm a essência da história sem símbolos ou aspas. O primeiro destaca o tema central da despreocupação, enquanto o segundo é mais objetivo.

**O Banquete dos Despreocupados**

Na próspera cidade de Samaria, o sol poente tingia os palácios de mármore com tons dourados, enquanto o aroma de carnes assadas e vinhos finos se espalhava pelas ruas estreitas. Os nobres de Israel, vestidos com linho fino e adornados com joias reluzentes, reclinavam-se em divãs de marfim, entregues aos prazeres da mesa. Riso fácil e música de harpas enchiam os salões, enquanto os servos se apressavam para atender a cada desejo de seus senhores.

Entre eles estava o magistrado Eliabe, um homem de rosto rubicundo e olhos brilhantes pelo excesso de vinho. Ao seu lado, o comerciante Hananias, que acumulava riquezas cobrando juros abusivos dos pobres, ergueu sua taça em um brinde.

— Louvemos a nossa sabedoria! — exclamou Hananias, sorrindo. — Enquanto outros se afligem com discursos de profetas, nós sabemos desfrutar das bênçãos que D’us nos deu!

Os convidados riram, e Eliabe acrescentou:

— Que venha mais música! E tragam os pratos principais! Não poupem nada, pois amanhã será como hoje, e depois como amanhã!

Enquanto isso, do lado de fora dos muros da cidade, famílias inteiras se apertavam em casebres de barro, com crianças chorando de fome. Homens e mulheres trabalhavam até a exaustão nos campos, apenas para ver seus grãos confiscados pelos cobradores de impostos. Mas dentro dos palácios, ninguém se importava.

Foi então que, nas colinas ao redor de Samaria, um homem vestido com roupas simples, de olhos ardentes como brasas, ergueu a voz. Era Amos, o pastor de Tecoa, enviado por D’us. Ele olhou para a cidade e, com dor no coração, proclamou:

— Ai dos que vivem despreocupados em Sião e dos que se sentem seguros no monte de Samaria! Vocês, nobres da principal nação, aos quais o povo recorre, pensam que o dia do juízo está longe? Ai dos que se deitam em camas de marfim e se estendem em seus divãs, comendo cordeiros do rebanho e bezerros engordados! Eles improvisam ao som da harpa, imaginando-se grandes músicos como Davi! Bebem vinho em taças largas e se ungem com os melhores óleos, mas não se entristecem pela ruína de José!

Sua voz ecoou como um trovão, mas dentro dos palácios, os banquetes continuavam. Eliabe, ouvindo os murmúrios dos servos sobre o profeta, revirou os olhos.

— Outro louco falando em desgraça! — zombou. — Desde quando D’us se importa com o modo como usamos nossas riquezas?

Amos, porém, não se calou.

— Portanto, vocês serão os primeiros a ir para o exílio, e os banquetes dos despreocupados chegarão ao fim!

E assim aconteceu.

Poucos anos depois, os assírios, brutais como tempestade do deserto, invadiram Israel. Os palácios de marfim foram reduzidos a escombros, os nobres que antes riam foram arrastados em correntes, e os banquetes se transformaram em memórias amargas.

Enquanto marchavam para o cativeiro, Eliabe, agora vestido em trapos, lembrava-se das palavras de Amos e chorava. Mas era tarde demais.

E assim cumpriu-se o juízo de D’us sobre os que viviam na opulência, ignorando o clamor dos necessitados. Porque o Eterno não se agrada dos que se banquetearam enquanto o seu povo sofria.

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