**O Ídolo que Não Pode Salvar: A História de Bel e Nebo**
No coração da antiga Babilônia, onde o rio Eufrates serpenteava entre os jardins suspensos e os grandiosos templos de pedra, o povo vivia sob a sombra de deuses que não podiam ouvir, nem salvar. Entre esses deuses estavam Bel e Nebo, ídolos adornados com ouro e prata, carregados nos ombros de sacerdotes cansados, curvados sob o peso de suas próprias divindades impotentes.
Era um dia de festa na cidade, e as ruas estavam repletas de peregrinos que vinham adorar. Os sacerdotes de Bel, vestidos em mantos bordados, arrastavam o pesado ídolo em uma procissão solene. O povo se ajoelhava, oferecendo incenso e sacrifícios, suplicando por proteção contra os exércitos invasores que se aproximavam. Mas o deus de metal não respondia. Seus olhos esculpidos não viam; suas mãos não se moviam.
Enquanto isso, em um canto do templo, um profeta de Israel, chamado Uriah, observava em silêncio. Ele havia sido levado cativo para a Babilônia anos atrás, mas sua fé no Deus verdadeiro permanecia inabalável. Enquanto a multidão clamava a Bel, ele sussurrou as palavras do Senhor, ecoando a profecia de Isaías:
*”Bel se curva, Nebo se abaixa; os seus ídolos são postos sobre animais, sobre bestas de carga. Os objetos que vocês carregam são pesados, um fardo para os cansados. Esses deuses se curvam e se abaixam juntos; não podem salvar o fardo, mas eles mesmos vão para o cativeiro.”*
Alguns babilônios olharam para ele com desdém, mas outros, cujos corações estavam inquietos, sentiram um frio percorrer suas espinhas.
Naquela mesma noite, um rumor começou a se espalhar: os persas estavam às portas da cidade. O rei Nabonido, confiando na proteção de Bel, ordenou que os sacerdotes fizessem sacrifícios extras, mas o exército de Ciro avançava sem resistência. Quando os portões foram invadidos, o caos tomou conta das ruas. Homens gritavam, mulheres e crianças corriam em desespero, e os sacerdotes de Bel, em pânico, tentaram carregar seus deuses para um lugar seguro.
Mas os ídolos eram pesados demais.
Um grupo de soldados persas invadiu o templo, rindo ao ver os sacerdotes lutando para mover as estátuas. Com facécias brutais, eles arrancaram o ouro e a prata que revestiam Bel e Nebo, deixando apenas estruturas de madeira apodrecida. Os deuses que deveriam proteger a Babilônia foram arrastados como espólio, humilhados diante do verdadeiro poder do Deus de Israel.
Enquanto a cidade ardia, Uriah olhou para o céu e orou: *”Senhor, Tu carregas o Teu povo desde o ventre até a velhice. Nenhum ídolo pode salvar, mas Tu sustentas todas as coisas. Que os reinos da terra saibam que só Tu és Deus!”*
E assim, a profecia se cumpriu: os deuses que eram carregados pelos homens se tornaram um fardo inútil, mas o Senhor, que carrega o Seu povo, mostrou mais uma vez que Ele é o único digno de adoração.
**Moral da História:**
Os ídolos podem ser belos e impressionantes, mas no dia da angústia, eles não podem salvar. Só o Deus vivo, que sustenta todas as coisas, é digno de nossa confiança. Como diz Isaías 46:4: *”Até a vossa velhice eu serei o mesmo, e até as cãs eu vos carregarei; já o tenho feito, e vos sustei, e vos trarei, e vos guardarei.”*