Bíblia em Contos

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A Oração de Habacuque: Juízo e Esperança em Deus

**A Oração de Habacuque: Um Dia de Juízo e Esperança**

O profeta Habacuque estava sozinho no alto de uma colina rochosa, onde costumava buscar a face do Senhor. O sol poente tingia o céu de tons dourados e púrpuras, mas seu coração estava pesado. As notícias da invasão babilônica chegavam como ventos de destruição, e ele sabia que o juízo de Deus sobre Judá era iminente. Com um suspiro profundo, ele ajoelhou-se sobre a terra seca e ergueu as mãos aos céus, derramando sua alma em oração.

**”Ó Senhor, ouvi a tua fama, e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.”** (Habacuque 3:2)

Enquanto orava, uma visão poderosa se abriu diante dele. O céu escureceu repentinamente, e um vento impetuoso levantou a poeira do deserto. Ele viu o próprio Deus descendo em majestade, envolto em esplendor que ofuscava o sol. Seus pés pisavam as montanhas mais altas, fazendo-as tremer como folhas ao vento. Os vales se abriam diante dEle, e as rochas se partiam como se fossem cera.

**”Deus veio de Temã, e o Santo, do monte Parã.”** (Habacuque 3:3)

A glória do Senhor cobria os céus, e a terra se enchia do Seu louvor. Seu resplendor era como a luz do meio-dia, mas raios flamejantes saíam de Suas mãos, onde estava escondido o Seu poder. Diante dEle, pestilência e pragas marchavam como soldados obedientes. Quando Ele parava, a terra estremecia; quando olhava para as nações, elas se derretiam de terror.

Habacuque viu então os exércitos de Deus avançando. Cavalos celestiais, mais velozes que leopardos, mais ferozes que lobos à noite, galopavam pelas planícies. Seus cavaleiros brandiam lanças reluzentes, e o ribombar de suas carruagens fazia ecoar os vales como trovões. O próprio Senhor liderava a batalha, esmagando as nações ímpias com indignação justa.

**”Tu pisaste o mar com os teus cavalos, o montão de grandes águas.”** (Habacuque 3:15)

Era o dia do juízo. Os rios secavam, os mares recuavam, e até o sol e a lua se detinham em suas moradas, temendo a ira do Todo-Poderoso. Os ímpios eram despedaçados como espigas sob os pés do Senhor, mas os justos—aqueles que confiavam nEle—eram guardados como a menina dos Seus olhos.

De repente, a visão se dissipou, e Habacuque caiu de rosto no chão, tremendo. Mas em meio ao terror daquela revelação, uma certeza encheu seu coração: o Senhor era seu refúgio. Mesmo que as figueiras não florescessem, mesmo que os campos não produzissem alimento, mesmo que os rebanhos morressem nos currais—ele se alegraria no Deus da sua salvação.

**”Todavia eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.”** (Habacuque 3:18)

Com lágrimas nos olhos, mas paz no coração, Habacuque levantou-se e desceu a colina. O povo de Judá ainda enfrentaria dias sombrios, mas ele sabia que o Senhor não os abandonaria. O Deus que cavalgava nas nuvens em juízo era também o mesmo que estendia Suas mãos em misericórdia. E essa verdade era suficiente.

Assim, o profeta seguiu em frente, levando consigo não apenas um aviso de julgamento, mas um cântico de esperança—porque o Justo, no fim de todas as coisas, sempre triunfaria.

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